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 | 01/02/2007 22h44min

Base parlamentar de Lula controla a Câmara e o Senado

Arlindo Chinaglia e Renan Calheiros vão presidir as duas casas respectivamente

Passada a turbulenta eleição para a Presidência da Câmara, na qual Arlindo Chinaglia (PT-SP) venceu Aldo Rebelo (PCdoB-SP), a base de apoio que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva construiu para seu segundo mandato garantiu o controle tanto dessa casa como o Senado, que continuará sendo liderado por Renan Calheiros (PMDB-AL). Nas eleições para a presidência da Câmara dos Deputados, as que pareciam mais complicadas para o governo, Chinaglia venceu em segundo turno, em um árduo duelo com Rebelo.

Segundo o dirigente do PCdoB, a intenção de sua candidatura era impedir que o PT, fundado por Lula em 1980, "concentrasse tanto poder". No primeiro turno, Chinaglia venceu com 236 votos, contra os 175 que apoiaram a candidatura de Rebelo e os 98 conseguidos pelo único candidato opositor, o social-democrata Gustavo Fruet (PSDB-PR).

Como nenhum dos aspirantes alcançou a maioria absoluta, foi necessário o segundo turno, no qual Chinaglia teve o respaldo de 261 votos, contra os 243 de Aldo Rebelo.

A Câmara

A presidência da Câmara dos Deputados é considerada como um cargo-chave na política brasileira. Quem está no cargo é definida a pauta de votações do Congresso e quem o ocupa é o segundo na linha sucessória, atrás do vice-presidente do país, em caso de ausência do chefe de Estado.

O senado

Antes da votação vencida por Chinaglia, a base governista tinha anotado no Senado seu primeiro ponto para a legislatura que começou hoje. Renan Calheiros, homem da maior confiança de Lula, foi reeleito na presidência do Senado com o firme respaldo dos oito partidos da coalizão de governo, o que bastou para derrotar por 51 votos a 28 o senador José Agripino Maia (PFL-RN), candidato da oposição.

Durante a legislatura anterior, Calheiros foi um fiel aliado de Lula e colaborou com o governo para superar a crise suscitada por reiterados escândalos de corrupção. Foi inclusive um dos artífices da entrada do PMDB para a coalizão de governo.

O papel do PMDB

O partido respaldou Lula informalmente durante os últimos dois anos e desde 1º de janeiro, quando o ex-sindicalista começou seu segundo mandato, se integrou totalmente à coalizão governante. O PMDB será, de fato, o partido com maior peso na aliança governista, sobretudo porque tem a maior bancada na Câmara dos Deputados e também no Senado, o que o transforma no fiel da balança política no Parlamento.

A influência põe o partido em uma situação privilegiada na reforma ministerial que Lula anunciou para este mês, na qual deverá dar espaço no governo a seus novos aliados. Além do PT e do PMDB, a coalizão é integrada pelo PCdoB, PRB, PDT, PSB, PV e PP.

PAC

A vitória dos candidatos governistas no Parlamento também representa uma tranqüilidade extra para Lula, pois abre caminho para um programa econômico anunciado há dez dias e que depende em boa medida da aprovação do Congresso a uma série de medidas. O chamado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê investimentos de US$ 234 bilhões, com o objetivo de aquecer a economia, alcançar uma taxa de expansão de 5% ao ano e pôr fim ao pífio crescimento da economia durante os primeiros quatro anos de governo Lula.

AGÊNCIA EFE
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