| 02/02/2007 18h19min
Passada a eleição para a presidência da Câmara, partidos governistas e oposicionistas tentam recompor alianças e superar as diferenças reveladas durante a disputa. Na base de apoio ao governo, dois blocos apoiaram candidatos distintos à Presidência da Câmara.
PSB, PCdoB, PDT, PAM e PMN apoiaram Aldo Rebelo (PCdoB-SP). O líder do grupo, deputado Márcio França (PSB-SP), afirmou que o bloco continuará atuando na coalizão governista, mas deverá adotar uma posição mais à esquerda.
– A intenção é continuar apoiando o governo Lula, apenas mostrando que há uma diferença entre os apoios à esquerda e o apoio do PT. Aliás, o próprio episódio da Mesa Diretora da Câmara já mostrou isso. Nós tivemos a chance de aumentar o bloco com partidos da direita e nós não quisemos – disse França.
O segundo bloco que reúne os demais partidos da base governista - PT, PMDB, PR, PTB, PP e outros - deve agora consolidar os apoios que levaram à vitória de Arlindo Chinaglia e recompor a aliança com os partidos que apoiaram Aldo Rebelo. Na avaliação do líder do PT, deputado Henrique Fontana (RS), o governo tem todas as condições de construir maioria dentro da Câmara.
– A divisão da base do governo foi um problema, mas, se nós somarmos os votos que foram dados a Arlindo com os dados a Aldo, todos vindos de partidos da base do governo, notamos que o governo está construindo uma maioria sólida no Parlamento – afirmou.
O grande bloco governista deve ser mantido pelo menos até o término do processo de escolha das presidências das comissões. Em seguida, as lideranças desses partidos devem avaliar se continuam ou não com o bloco.
A oposição, por sua vez, deve ficar unida, disse o líder do PSDB, deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP).
– Eu diria que é muito mais complexo hoje resolver eventuais feridas que tenham ficado na base do governo, por conta da disputa no segundo turno de dois candidatos governistas, do que qualquer diferença que porventura tenha aparecido entre os partidos de oposição – declarou.
Ele acrescentou que o bloco partidário formado pelo PSDB, PFL e PPS deve ser mantido para a escolha das presidências das comissões, já que isso pode garantir mais posições aos três partidos. Sobre a continuidade do grupo após esse processo, o líder do PFL, deputado Rodrigo Maia (RJ), já declarou que o fato de o bloco ter apenas um líder poderia enfraquecer a atuação individual dos partidos.
AGÊNCIA CÂMARA