| 02/02/2007 12h40min
O novo presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), prometeu hoje, ao chegar à Câmara dos Deputados, empenho para votar matérias importantes para o país, como as reformas tributária e política, que dependem de acordo político.
Segundo ele, é preciso "criar condições especiais" para votar as duas matérias, com as quais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu logo após ser reeleito. O petista prometeu criar as comissões temáticas para análise das duas reformas. Prevista no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), a reforma tributária é vista como um importante instrumento para o crescimento do país porque pode reduzir a burocracia e simplificar o sistema tributário. A complexa legislação tributária brasileira preocupa os investidores porque eleva a carga tributária, reduz a competitividade das empresas e estimula a informalidade e a corrupção. É alvo de disputa entre o governo federal, Estados e municípios, que temem perder receitas com as mudanças que vêm sendo propostas. Já a reforma política criaria instrumentos que podem fortalecer a democracia representativa, corrigindo vícios do atual sistema político, como o troca-troca de partido. No debate com os demais candidatos à Câmara na semana passada, Chinaglia defendeu o financiamento público das campanhas por fortalecer os partidos e obrigá-los a se organizarem. Também disse ser favorável à votação em lista fechada de candidatos, mas demonstrou preocupação com a possibilidade de ela "tirar do povo e dos cidadãos a oportunidade da escolha" dos candidatos. O petista disse ser contra o voto distrital puro por transformar o parlamentar numa espécie de vereador. O petista disse não acreditar que a disputa com Aldo Rebelo (PCdoB-SP) deixe fissuras na base aliada. Segundo ele, agora que terminou a disputa as conversas devem recomeçar em tom amistoso. Preocupado com as seqüelas da disputa, o presidente Lula começou a tomar providências antes mesmo de iniciar a votação. Pediu ajuda dos governadores aliados para trabalhar na recomposição da base aliada. E fez um apelo pelo entendimento. - Me ajudem a não deixar esses meninos brigarem. Em qualquer circunstância, tem que haver uma recomposição - disse Lula. Chinaglia prometeu conversar com todos os líderes para decidir a pauta da Câmara e tratar com igualdade todos os partidos. Disse que agora representa a Câmara e que a disputa com a oposição caberá ao novo líder do governo. O petista disse ainda que o megabloco formado por oito partidos na Câmara deve se dissolver logo após as indicações para as comissões. O petista admitiu que o PMDB se dividiu entre ele e Aldo Rebelo, mas lembrou que ambos são da base aliada. - O PMDB realmente se dividiu, mas entre duas forças de governo. Nas votações, vamos caminhar juntos - disse. AGÊNCIA GLOBO