| 03/02/2007 19h55min
Consumada a vitória do petista Arlindo Chinaglia (SP) na eleição à presidência da Câmara, graças a cerca de 20 votos de parlamentares tucanos no segundo turno, os dois principais partidos da oposição ao Planalto, PSDB e PFL, nunca estiveram tão distantes. Individualmente, as duas bancadas enfrentam divisões e ameaça de debandada de parlamentares rumo a partidos governistas.
No PSDB, dois grupos se dividem entre os que promoveram o acordo com Chinaglia - que deu aos tucanos a vice-presidência da Câmara - e os que preferiram o voto em Aldo Rebelo (PC do B-SP) no segundo turno, depois da derrota do candidato Gustavo Fruet (PSDB-PR). O PFL fez campanha para Aldo desde o primeiro turno.
O racha na bancada preocupa o deputado tucano Rafael Guerra (MG). Em conversa com o líder do PSDB na Câmara, Antônio Carlos Pannunzio (SP), Guerra fez uma recomendação:
– Tem de trabalhar para acabar com as panelinhas.
Criticado por companheiros por ter liberado a bancada para votar como quisesse no segundo turno, Pannunzio defendeu as articulações iniciadas pelo ex-líder tucano Jutahy Júnior (BA), seu antecessor e principal negociador com o PT, antes do lançamento de Gustavo Fruet como candidato:
– Eu pergunto: o PC do B é nosso aliado? O que prevaleceu foi o princípio da proporcionalidade. O PSDB já votou no PT para a presidência da Câmara antes, quando foi eleito João Paulo Cunha (SP).
Guerra lamentou fim da unidade do PSDB:
– Durou apenas uma semana, enquanto durou a campanha de Fruet.
O deputado mineiro não critica, no entanto, a liberação da bancada.
– De qualquer maneira, o PSDB serviria ao governo - disse Guerra, referindo-se ao fato de tanto Chinaglia quanto Aldo serem aliados do Planalto.
O apoio de parte do PSDB a Chinaglia foi criticado pelo ex-líder do PFL Rodrigo Maia (RJ) e pelo deputado pefelista Antonio Carlos Magalhães Neto (BA).
ZERO HORA