| 11/08/2006 17h03min
O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), afirmou hoje que o número de processos de cassação contra parlamentares envolvidos no esquema dos sanguessugas deve ficar reduzido à metade no próximo ano. Ele acredita que muitos dos 69 deputados envolvidos devem renunciar aos mandatos ou desistir da candidatura e até mesmo podem não conseguir se reeleger.
– Destes 69 deputados, o número deve cair para 20 a 30, no máximo. Aqueles que continuarem como candidatos terão muita dificuldade para se reeleger. A Edna Macedo (PTB-SP) já não é mais candidata, já desistiu. Possivelmente o Pastor Josué (PTB-PA) também não será candidato. Outros também deverão anunciar – argumentou. Outro petebista que desistiu da candidatura foi Osmânio Pereira (PTB-MG). Do PL, partido com o maior número de envolvidos no escândalo, o deputado Pastor Jorge Pinheiro (PL-DF) foi o primeiro a anunciar a desistência. Sem o mandato, o processo contra os parlamentares tem que ser arquivado. Eles não correm o risco de ficar inelegíveis por oito anos, mas perdem o foro privilegiado e podem ter de enfrentar o processo na Justiça Comum. Em Belo Horizonte, no entanto, três dos seis deputados mineiros que tiveram pedido de cassação recomendado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas afirmaram que vão vencer nas próximas eleições. José Militão (PTB-MG), acusado de ter recebido R$ 10 mil em contas indicadas, afirmou que não teme as urnas. Cleuber Carneiro, também do PTB, mantém discurso semelhante. Já o deputado Cabo Júlio (PMDB-MG) defendeu-se dizendo que o eleitor "conhece a sua história de vida contra tudo e contra todos". AGÊNCIA O GLOBO