| 11/08/2006 13h24min
Dois assuntos estão na pauta da reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas da próxima terça, às 11h: a votação de 107 requerimentos e o cronograma da segunda fase de investigações, que se estenderá até o dia 22 de dezembro. Entre os requerimentos a serem votados, há vários considerados polêmicos porque solicitam a convocação dos ex-ministros da saúde Humberto Costa e Saraiva Felipe, ambos do atual governo, para prestar esclarecimentos sobre fatos que ocorreram no ministério durante a gestão deles.
Apesar de não haver requerimento para se convidar também o ex-ministro da saúde José Serra, do governo Fernando Henrique Cardoso, alguns membros da comissão defendem a convocação, já que há indícios de que o esquema de corrupção tenha iniciado no ano 2000. Ontem, com a divulgação do relatório sobre o envolvimento dos congressistas no esquema de irregularidades no uso de recursos do Orçamento da União da área da saúde para a compra de ambulâncias para municípios com preços superfaturados, encerrou-se oficialmente a primeira fase dos trabalhos.Dos 90 parlamentares (87 deputados e três senadores) citados pela CPI, 72 tiveram os seus nomes enviados às Mesas Diretoras das duas Casas, com indicação de abertura de processo disciplinar pelos respectivos conselhos de ética. O relator da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), também havia anunciado que apresentaria um requerimento para quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos 90 parlamentares citados pela CPI. Apesar de a primeira fase já ter sido encerrada, alguns membros da comissão acreditam que as informações decorrentes da quebra de sigilos podem ajudar a dirimir dúvidas restantes e auxiliar ainda nos trabalhos da segunda fase de investigações. A realização da segunda fase dos trabalhos da comissão já é consenso entre os congressistas desde que a CPI descobriu que a máfia dos sanguessugas não atuava apenas no Ministério da Saúde, mas também em outras pastas do Poder Executivo, e que os recursos com utilização irregular não vinham apenas do Orçamento da União, mas também de verbas extra-orçamentárias. No entanto, a data de início desta segunda fase, que terá como foco a investigação sobre a participação do Poder Executivo no esquema de fraudes, é outro ponto de discórdia entre os membros da comissão. Enquanto alguns congressistas defendem o início imediato desse trabalho, outros acreditam que não será possível haver uma continuidade das investigações antes das eleições de outubro. Isso porque a grande maioria dos membros da comissão, formada por 18 deputados e 18 senadores, está em campanha pelos Estados. AGÊNCIA SENADO