Na avaliação do deputado Paulo Gouvêa (PL-RS), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas não tinha provas contraditórias suficientes e mesmo assim prevaleceu a decisão de citar o seu nome entre os supostos envolvidos nas fraudes da Saúde. O gaúcho acredita que os argumentos para mantê-lo na lista são muito fracos.

– Faltou o depoimento da pessoa que teria recebido alguma coisa em meu nome. Ela nunca trabalhou comigo, não faz parte da minha família e não está relacionada entre os meus amigos. Há uma citação de que essa pessoa teria recebido um valor em meu nome e ela, por razão que eu não conheço, não prestou depoimento – afirmou.

Os veículos de comunicação da Câmara ouviram nesta quinta as defesas de diversos parlamentares acusados. O relatório parcial aprovado pela comissão pede a abertura de processos por quebra de decoro parlamentar contra 72 parlamentares.

O deputado Cabo Júlio reclama da falta do contraditório. Diz que os parlamentares terão condições de se defender e "questionar os pontos do relatório que ninguém sabia" quando o processo começar na Câmara.

Cerceamento do direito à ampla defesa também foi o argumento de Amauri Gasques (PL-SP) e Irapuan Teixeira (PP-SP). Já os deputados Adelor Vieira (PMDB-SC) e Laura Carneiro (PFL-RJ) falaram em "julgamento político".

– O que houve foi um julgamento político, quando deveria ter havido um julgamento jurídico. O próprio relator, na página 968 do relatório, afirma que nesta fase não há o contraditório, que a ampla defesa só vai se dar na Corregedoria. Então, fica claro que a minha defesa não foi considerada. E eu vou continuar me defendendo e provar a minha inocência – afirmou Laura.

Para o deputado Reinaldo Gripp (PL-RJ), a aprovação do relatório do senador Amir Lando foi "um grande palco, de vários atores pouco preocupados com a verdade".

AGÊNCIA CÂMARA