| 10/08/2006 14h31min
Alguns deputados citados hoje no relatório parcial elaborado pelo senador Amir Lando (PDMB-RO), que pede a abertura de processo de cassação de 69 deputados e três senadores por envolvimento no esquema de compra superfaturada de ambulâncias, reclamaram do resultado da investigação.
O deputado João Correia (PMDB-AC) disse que a comissão foi "covarde" e que não existe nenhuma prova contra ele nem contra ninguém de seu gabinete. – Exceto a opinião de um bandido canalha –, afirmou, referindo-se ao empresário Luiz Antônio Vendoin. – É uma pena que o Conselho de Ética não tenha poder de convocar esse bandido, para que eu o desmascare. A CPI, a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República, a Corregedoria, nenhuma dessas instituições tem nenhum indício de prova contra mim –, reforçou o deputado. – A minha defesa eu já preparei nos meus pronunciamentos, mas nunca foi levada em conta. Eu ofereci meus sigilos bancário, fiscal e telefônico, da minha família e do meu gabinete, e a CPI, por uma pressão, por covardia, me incluiu entre esses parlamentares –declarou. Já o deputado Dr. Benedito Dias (PP-AP) lembrou que não foi ouvido pelo relator da comissão e ressaltou que vai apresentar provas de defesa no Conselho de Ética. – Vou me defender, e o povo, no dia 1º de outubro, vai me julgar –, disse o deputado, que está em seu Estado trabalhando pela reeleição. Benedito informou que o empresário Luiz Antônio Vedoin fez contribuição de R$ 40 mil à sua campanha em 2002, conforme declarou em sua defesa à CPI. O deputado disse que a contribuição não foi declarada, mas não considera que essa conduta configure quebra de decoro parlamentar. O deputado ressaltou que nunca aceitou comissão de Vedoin nem formulou emenda ou licitação direcionada. Benedito destacou que é médico e que a maioria de sua emendas contemplam a área de saúde. Ele disse que, em 2002, apresentou emendas para a compra de ambulâncias em seu estado e quem venceu a licitação foi a empresa de Vedoin. O deputado ressaltou, no entanto, que as licitações são elaborados pelos prefeitos e cabe ao Ministério da Saúde fiscalizá-las.O deputado Wellington Roberto (PL-PB) negou as acusações contidas contra ele no relatório. O parlamentar disse ser um absurdo a atitude da comissão e do próprio relator de expor nomes de parlamentares fazendo um pré-julgamento antes de haver o contraditório. Wellington Roberto disse estar "absolutamente tranqüilo" quanto à sua citação.
– Até porque vocês, ao ter acesso ao relatório apresentado pelo relator Amir Lando, vão ver que não há nada que vincule diretamente o meu nome ou de funcionários do meu gabinete à transferência de recursos ou pagamento em espécie –, afirmou. O deputado César Bandeira (PFL-MA) disse que contra ele não existe nenhuma acusação.
– Primeiro porque eu nunca tive nenhum contato com esse bandido da Planam; segundo, eu apresentei as provas de que eles não compraram nenhuma ambulância por meio de minhas emendas – disse, referindo-se a Vedoin. Segundo Bandeira, a acusação sobre ele refere-se a depósito da empresa na conta de um assessor de seu gabinete, e que isso é problema dele. O deputado Vieira Reis (PRB-RJ) disse que foi surpreendido pela lista apresentada. Ele informou que, agora, pretende provar que não tem envolvimento com a fraude por meio de uma defesa séria. – O que eu fiz foi apresentar emendas, e é o que eu farei até o final do meu mandato, porque está assegurado na Constituição o direito de o parlamentar apresentar emendas –, declarou. AGÊNCIA CÂMARA