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A comissão mista do Congresso que vai examinar um reajuste maior do salário mínimo foi instalada nesta quarta, dia 5, num movimento liderado pela oposição e por integrantes do próprio PT sem a presença da tropa de choque governista. O governo aumentou o mínimo de R$ 240 para R$ 260.
– (Os parlamentares governistas) bobearam e nós instalamos a comissão – disse um parlamentar governista.
O Palácio do Planalto não esperava que a comissão pudesse ter quórum para ser instalada e não articulou com os líderes da base uma operação para tentar driblar sua criação. Como ninguém do governo compareceu à audiência de instalação, com exceção do senador Paulo Paim (PT-RS) e o deputado Ivan Valente (PT-SP), ambos favoráveis a um mínimo maior, o campo ficou livre para oposição.
A comissão, presidida pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), tem prazo regimental de 45 dias para dar sua sugestão. Mas na próxima quinta, dia 13, o relator Rodrigo Maia (PFL-RJ) já deve apresentar seu relatório. Paim, vice-presidente da comissão e um batalhador histórico pelo mínimo, é contrário à proposta do Executivo e deve sugerir um valor de US$ 100, ou cerca de R$ 300.
Depois da instalação, a bancada petista começou a correr atrás do prejuízo. Convocou o senador Paim para uma reunião.
– O (Aloizio) Mercadante (líder do governo no Senado) está surtando – disse um senador do PT a Paulo Paim em tom irônico.
Os adversários políticos do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabem que vai ser difícil negociar um reajuste maior, mas não querem perder a oportunidade de desgastar o governo.
– O governo não vai arredar o pé dos R$ 260, mas vai sair todo arranhado – disse um senador da oposição, que pediu para não ser identificado.
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) afirmou que a proposta de seu partido está entre R$ 275 e R$ 280. Já o PFL fala em dobrar em quatro anos o valor real do salário mínimo, mesma proposta de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Se o Congresso propuser um reajuste maior – e se não houver acordo com o Executivo –, Lula pode vetar um novo valor.
O governo já afirmou que para aumentar o salário mínimo o Congresso deve indicar a receita. Nos dois governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o Congresso conseguiu, com negociação, valores maiores em mais de uma vez.
As informações são da agência Reuters.
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