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A Educação Precisa de Respostas  | 10/07/2013 08h48min

Municipalização do ensino público de Joinville virá só após reformas nas escolas interditadas

Garantia é so secretário de educação Eduardo Deschamps

Caroline Stinghen  |  caroline.stinghen@an.com.br

A educadora Tânia Mara Melo, diretora da Escola Estadual Maria Amin Ghanem, um dos quatro colégios que ainda estão interditados em Joinville, resumiu não só o sentimento dela e de seus professores, mas como o de todos que de alguma forma lidam com a falta de estrutura nas escolas.

Com lágrimas, ela citou os problemas: 19 ônibus deslocam os alunos de sua escola todos os dias para cinco unidades provisórias. Com agradecimentos pela promessa da reforma, finalmente, ter sido cumprida. E com o aviso de que irá fiscalizar cada centavo do investimento. Tânia, por fim, comemorou com um largo sorriso a assinatura para o começo das obras na Escola Maria Amin.

O secretário de Estado de Educação, Eduardo Deschamps, que esteve na terça-feira em Joinville, reassumiu mais uma vez o compromisso que firmou no início do ano. Para evitar lágrimas, ele promete prioridade nas reformas das escolas de Joinville, para que, no ano que vem, as portas sejam abertas para todos os alunos. Discussões como a municipalização do ensino fundamental, segundo ele, por enquanto, ficarão de lado.

Comparando a interdição das nove escolas estaduais de Joinville, em dezembro de 2012, com tragédias como enchentes, enxurradas e ao furacão Katrina (EUA), Deschamps lembrou da promessa de que as escolas de Joinville não seriam mais interditadas em 2014.

— Nossa prioridade é resolver os problemas de infraestrutura. Vamos fazer uma readequação das escola e analisar, como explica a secretária (da Secretaria de Desenvolvimento Regional – SDR), Simone Schramm, de uma forma mais ampla e pensando no futuro — afirmou o secretário.

Entre estas readequações, que estão sob a responsabilidade da SDR, está a transferência de alunos da Conselheiro Mafra, já que a escola centenária vai abrigar os cursos do IFSC, e ainda readequações de colégios que têm poucos alunos.

Questionado se esta readequação passa pela municipalização do ensino fundamental, Deschamps diz que o governo do Estado colocou o pé no freio neste assunto. Segundo ele, o processo precisa ser amplamente negociado com os municípios, sem haver perdas para nenhum dos dois lados.

— Resolvemos dar uma segurada para fazer uma avaliação. As escolas municipais, por serem mais fáceis de gerir, trazem melhores resultados. Joinville é a prova disso. Mas a prioridade agora são as reformas — reafirma.

Sem solução para dez pedidos dos estudantes

A União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas (Ujes) reuniu-se com o secretário estadual de Educação, Eduardo Deschamps, no dia 26 de junho, para apresentar uma pauta com dez reivindicações dos estudantes joinvilenses. Entre elas, o início imediato das reformas nas escolas interditadas, a manutenção permanente de todas as escolas e o pagamento do piso salarial aos professores.

O governo não anunciou nenhuma medida contundente para atender às reivindicações. Pelo contrário, informou que não pretende reformar a rede elétrica das escolas, deixando os aparelhos de ar-condicionado comprados inutilizáveis; pretende entregar o Conselheiro Mafra ao IFSC, numa clara política de abandono daquela escola, sem considerar as demandas dos estudantes; e disse que paga satisfatoriamente os professores.

A Ujes, depois de sucessivas reuniões com representantes do Estado, decidiu que vai intensificar e ampliar as mobilizações dos estudantes, inclusive estadualmente. No dia 17 de julho, haverá manifestação às 9h30 na praça da Bandeira. Todos os alunos estão convocados.

AS ESCOLAS INTERDITADAS

Liberadas
Rudolfo Meyer (Floresta)
Foi interditada em dezembro de 2012 com problemas nas instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias, e ainda na cobertura, cozinha e quadra de esportes. Obras de urgência foram feitas no começo do ano, mas somente após o começo do ano letivo, que ocorreu em 14 de fevereiro. A Vigilância desinterditou o espaço em 10 de março.

Tufi Dippe (Iririú)
Também foi interditada em 2012 com problemas de infiltração, rachaduras na parede, alagamentos e na fiação elétrica. Passou por reformas de manutenção e foi liberada em fevereiro.

Gertrudes Benta Costa (Petrópolis)
Interditada em dezembro de 2012, por causa da demora nas obras de reforma, que foram começadas quatro anos antes. A unidade passou por obras e foi liberada no fim de fevereiro.

Osvaldo Aranha (Glória)
As obras ocorrem desde o ano passado e devem ser entregues ainda neste ano, três meses antes do previsto. A data está marcada previamente para o dia 13 de dezembro. A expectativa é de que ainda em 2014 os alunos voltem para a Osvaldo.

Vai abrigar a EJA

Rui Barbosa (Bucarein)

Escola foi interditada pela Vigilância Sanitária em dezembro de 2012. A SDR resolveu transferir os cerca de 300 alunos para a Escola Martins Veras. O ensino básico foi fechado e a estrutura da escola abrigará as turmas da educação para jovens e adultos (EJA). Por enquanto não há previsão para a reforma do espaço.

Situação indefinida

Monsenhor Sebastião Scarzello (Itaum)

Abandonada desde 2011, o governo do Estado ainda não tinha planos para a antiga escola. A unidade está servindo de moradia para mendigos. Um princípio de incêndio ocorreu no local neste ano. Foram encontrados livros didáticos e móveis abandonados na escola. Na semana passada, a SDR anunciou que o colégio poderia ser repassado para a Ajorpeme. A associação prefere não se manifestar até a confirmação da doação.

Centro de Educação Infantil Padre Carlos (Centro)
Abandonado e usado como dormitório de mendigos e de descarte de lixo, o Estado analisa duas propostas para a antiga instituição. Uma delas seria doar o espaço ao município, que poderia reformar e construir um novo CEI, ou ainda para a Secretaria de Assistência Social, que poderá oferecer cursos e palestras de graça à comunidade.

A NOTÍCIA
Diorgenes Pandini / Agencia RBS

Diretora Tânia Melo revela satisfação com a garantia de que a Escola Amin Ghanem será reformada
Foto:  Diorgenes Pandini  /  Agencia RBS


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