Ideb | 05/09/2012 11h01min
Uma praça de leitura com bancos em formato de lápis de cor, muros alaranjados, cartazes espalhados pelas paredes. Tudo é colorido na Escola Municipal Professora Lacy Luiza da Cruz Flores, do bairro Itinga, em Joinville. Inclusive os alunos que adotaram uma prática diferente durante o horário do recreio.
Vestidos com máscaras e perucas das mais variadas cores, a turma do 5º ano leva um pouquinho de alegria para os colegas. O recreio monitorado faz parte de um projeto desenvolvido pela equipe pedagógica para socializar as crianças e adolescentes e, de quebra, evitar práticas como a falta de respeito e o bullying. E não é que a ideia está dando certo?
Um ambiente escolar sadio, acredita a diretora Marisa Schramm, colabora com a qualidade de ensino. Aluno que se sente bem na escola e com os colegas, tem mais chances de garantir boas notas. E na Lacy, o desafio é grande: são aproximadamente mil alunos.
— É preciso esforço coletivo. A maioria dos nossos professores é pós-graduado e atua somente aqui, o que colabora muito. Eles têm mais proximidade com os alunos e com a comunidade —, avalia a diretora.
E as notas da Lacy Flores vão muito bem, obrigada. No Ideb de 2011, a escola garantiu 6,9 nas séries iniciais.
Contra o bullying
Com uma peruca colorida e com o livro “Gosto de Ser como Sou”, Gustavo Vicente, 10 anos, sabe muito bem que é preciso respeitar os colegas e claro, aceitar as pessoas como elas são. Bullying na Lacy não é permitido.
E bullying é definido por atitudes agressivas, preconceituosos e intencionais contra uma pessoa que não consegue se defender. Até um apelido maldoso pode ferir.
Para a psicóloga e mestre em educação Aliciene Machado Cordeiro, a escola não deve esquecer de ensinar valores. A especialista em Educação Rosânia Campos acredita que quando a situação passa dos limites é dever da escola – junto com os pais – dar um basta.
— Tudo depende da forma de bullying. Mas cabe à escola e aos pais dialogar—, diz Rosânia.
Valores mágicos
Relembrar as palavrinhas mágicas como obrigado e por favor foi um dos principais objetivos da equipe pedagógica ao criar o Projeto Valores Mágicos. A expectativa era melhorar o aprendizado e o relacionamento.
O projeto começou em maio nas turmas dos 5ºs, 8ºs e 9ºs anos. Após ler livros que falam de respeito e bullying, os estudantes tiveram de passar a mensagem para os colegas. A ideia de usar o recreio deu tão certo que a iniciativa se tornou permanente.
Enquanto o 5º ano aproveita o recreio para cantar e apresentar peças teatrais, os outros alunos podem participar de shows de talentos e pintura no rosto, tudo para fazer o dia ficar “espetacular”.
Os alunos do 9º ano ainda distribuem mensagens com frases sobre respeito, que você confere nesta página.
Música e livros
Ao chegar no colégio, os alunos do 5º ano já esperavam pela reportagem vestidos como manda o figurino deles, com perucas, plumas, máscaras e chapéus. Neste dia, até a bibliotecária Luzia Berkenbrock liberou o espaço para os estudantes soltarem a criatividade.
— Nós sentimos que as crianças estão mais motivadas depois deste projeto —, comemora Luzia.
E claro que eles não perderam tempo. Cantaram a música que eles próprios criaram para o projeto – uma versão criativa de “We Are the World” – e ainda indicaram livros aos colegas que lá estavam.
O aluno Igor Henrique Miranda, 10 anos, usava um chapéu de cowboy e fez bonito durante a canção e também na hora de jogar os livros para cima com os colegas.
Alunos do 5º ano (com perucas e máscaras) divertem os colegas durante Projeto Valores Mágicos
Foto:
Diorgenes Pandini
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