O futuro da greve dos professores será decidido, hoje, em assembleia estadual, a partir das 14h, no Centrosul em Florianópolis. A paralisação completou 62 dias e pode ser considerada o terceiro movimento mais longo da história do magistério da rede estadual, de acordo dados do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte).

Para a vice-coordenadora do sindicato, Janete Silva, é difícil antecipar a decisão. Ela cita como exemplo a situação de duas semanas atrás, quando 17 assembleias regionais, contra 11, votaram pelo fim da greve, sendo contrariadas pela assembleia estadual, que decidiu pela continuidade.

A presença maior de professores das regiões de Criciúma, Tubarão, São José e Florianópolis, que nas regionais queriam a manutenção do movimento, foi um dos fatores decisivos.

Desta vez, a regional de Tubarão optou pela suspensão da paralisação, enquanto Criciúma, São José e Florianópolis escolheram esperar a decisão da assembleia estadual. A vice-coordenadora não tinha o indicativo de outras regionais.

— Teremos isso amanhã [nesta segunda-feira] de manhã, na reunião do comando de greve, que irá avaliar o resultado das assembleias regionais, para encaminhar para o encontro estadual — explicou.


Maioria dos professores estão indignados com a aprovação do projeto de lei

Ela ainda observou que a aprovação do projeto de lei complementar, que reajustou o salário e alterou o plano de carreira dos docentes, deixou a maioria dos professores indignados.

— É essa indignação que veremos amanhã. Uma coisa é certa, o professor não vai mais voltar mais pra sala de aula como se nada tivesse acontecido. Não vai mais arrecadar dinheiro, junto com os pais, para melhorar a estrutura do colégio. O professor era aquele que além de dar aula, tinha que manter a escola funcionando. Isso não vai mais acontecer. O governo que faça isso — ressaltou.

De acordo com o levantamento feito pela Secretaria da Educação, a semana passada terminou com uma adesão à greve de 6% dos trabalhadores. A expectativa do secretário de Educação, Marco Tebaldi, é que hoje esse número seja ainda menor. Já o sindicato não informou qual o índice de adesão que defende.