O X da Educação | 26/08/2011 17h26min
A decisão sobre como e quando avaliar os professores pode ser encaminhada como uma ferramenta e uma possibilidade de mudança positiva e ampla.
O pesquisador Simon Schwartzman reuniu em seu blog dados relativos ao Enem 2008 que mostram o que pode ser entendido como o início da questão.
Entre 1,7 milhão de inscritos no exame que responderam sobre qual profissão pretendiam seguir, menos de 10% citaram a de professor.
E o mais preocupante: entre os que sonhavam com o magistério, a média da parte objetiva da prova ficou quase 10 pontos abaixo da média dos alunos de engenharias e ciências humanas.
O levantamento de Schwartzman, ex- presidente do IBGE e integrante do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, evidencia dois pontos conhecidos: o desinteresse geral pela profissão e a falta de preparo de boa parte dos estudantes que optam pela licenciatura.
Embora esses números não estejam diretamente relacionados ao tema avaliação, eles alertam para o longo caminho a ser percorrido quando se planeja a qualificação de um sistema educacional.
A avaliação de desempenho é bem-vinda porque aponta erros e acertos, e o primeiro passo para a mudança é destrinchar o processo, descobrir onde estão os furos.
Qual pai ou mãe não quer saber se o professor do filho é bom, é competente? Eu quero saber.
Não é preciso ter medo dessa "investigação" quando ela é dirigida para medidas concretas e corajosas, transparentes, apontando os limites de professores que não conseguem alcançar resultados positivos mas também estabelecendo políticas e projetos que de fato incrementem e acompanhem o desenvolvimento profissional docente.
E assim, quem sabe, no Enem de 2020, os índices não sejam outros? Com muita gente qualificada se planejando para assumir a sala de aula.
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