| 30/01/2011 15h59min
O encarregado de negociar com o presidente Hosni Mubarak, Mohamed ElBaradei, chegou neste domingo à noite (horário local) à praça Tahrir, no centro do Cairo, onde, apesar do toque de recolher, estão reunidos milhares de manifestantes que há seis dias exigem a saída do presidente do Egito.
O prêmio Nobel da Paz saiu de um automóvel perto da praça, cujo acesso era controlados por militares em tanques de guerra. ElBaradei avançou lentamente, rodeado por partidários, para a praça onde os manifestantes gritavam "O povo quer a queda do presidente", e "Sacrificaremos nossa alma e nosso sangue pela pátria".
O movimento de opisção ao governo do Egito, liderado pela Irmandade Muçulmana, encarregaram o ex-diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), de negociar com o regime do presidente Hosni Mubarak.
Segundo o site de notícias G1, depois do anúncio, ElBaradei afirmou que o presidente egípcio deve deixar o cargo para abrir caminho para um governo de unidade nacional em uma eleição "livre" e "justa". O dissidente disse também que a política dos Estado Unidos no Egito está perdendo a credibilidade.
Conflito já teria deixado cerca de cem mortos
Os choques entre manifestantes e forças de segurança no Egito já teriam deixado cerca de cem mortos e dois mil feridos desde terça-feira. Os protestos contra o presidente Hosni Mubarak já duram seis dias. Cerca de 85 das mortes teriam ocorrido em confrontos na última sexta-feira e sábado entre manifestantes e policiais, segundo fontes médicas e dos serviços de segurança.
Confira a cronologia dos incidentes:
De 17 a 20 de janeiro:
Um homem de 50 anos toca fogo em si mesmo em frente ao Parlamento, no Cairo, numa possível reprodução do suicídio de um jovem tunisiano em meados de dezembro que desencadeou a revolta e subsequente derrubada do presidente Zine El Abidine Ben Ali. Nos dias seguintes, mais três egípcios fazem o mesmo — um deles, de 25 anos, não resiste aos ferimentos e morre.
Foto: Martin Bureau, AFP
Dia 25:
Insuflados pelo líder da oposição, Mohamed ElBaradei, milhares de pessoas tomam as ruas do Egito pedindo a renúncia do presidente do país, Hosni Mubarak. Nos confrontos com a polícia, dois manifestantes morrem em Suez e um policial é morto no Cairo.
Dia 26:
As manifestações se espalham dos grandes centros para cidades menores, aumentando em número e violência. No Cairo, um policial e um manifestante são mortos, enquanto em Suez 55 protestantes e 15 homens da força anti-motim são feridos.
Dia 27:
Diante do saldo violento, com mais um jovem morto em Sinai, a Casa Branca cobra providências do governo do Cairo para evitar os embates, enquanto a União Européia chama atenção para o direito de protestas da população.
Dia 28:
O saldo da violência chega a 13 mortos, centenas de feridos e quase mil presos. Os protestos aumentam e manifestantes tocam fogo no prédio do governo em Alexandria e na sede do Partido Democrático Nacional. Os serviços de internet são derrubados e ElBaradei diz que está pronto para liderar a transição, enquanto Mubarak impõe toque de recolher e promete reformas.
Foto: Reprodução, Egyptian TV
Dia 29:
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, designou um vice-presidente, o chefe da inteligência Omar Suleiman, pela primeira vez em 30 anos, e um novo primeiro-ministro, ambos com cargo de general, para tentar sufocar a rebelião já deixa mais de 90 mortos.
Milhares de manifestantes reuniram-se na praça Tahrir, no centro do Cairo neste domingo
Foto:
Miguel Medina
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