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 | 30/01/2011 08h27min

Egito proíbe Al-Jazeera de operar em seu território

Rede de televisão do Qatar fazia ampla cobertura das manifestações contra o presidente Hosni Mubarak

Atualizada às 20h55min

O ministro da Informação do Egito, Anas El Feki, proibiu a rede de televisão Al-Jazeera, do Qatar, de operar no país. A rede fazia uma ampla cobertura das manifestações contra o regime do presidente Hosni Mubarak, anunciou a agência oficial Mena.

Segundo a agência, o ministro "ordenou que a Al-Jazeera na República Árabe do Egito feche as portas, que sejam canceladas suas autorizações e que sejam retirados os crachás de imprensa de seus funcionários a partir de hoje (domingo)".
 
No momento do anúncio da proibição, a Al-Jazeera continuava transmitindo imagens do Egito, porém, posteriormente, a emissora anunciou que o satélite egípcio Nilesat, administrado pelo Estado, suspendeu a transmissão dos programas da rede.

– A transmisssão por satélite foi interrompida pela Nilesat – declarou um diretor técnico da Al-Jazeera.

A emissora, que também é retransmitida por outros satélites árabes, entre eles Arabsat, comunicou a seus telespectadores uma nova frequência para captar os programas.

Conflito

Pelo menos 92 pessoas já morreram e milhares ficaram feridas no Egito desde o início, na terça-feira, dos protestos contra o presidente Hosni Mubarak, 85 delas em confrontos na sexta-feira e no sábado entre manifestantes e policiais, segundo fontes médicas e dos serviços de segurança.

Confira a cronologia dos incidentes:

De 17 a 20 de janeiro:

Um homem de 50 anos toca fogo em si mesmo em frente ao Parlamento, no Cairo, numa possível reprodução do suicídio de um jovem tunisiano em meados de dezembro que desencadeou a revolta e subsequente derrubada do presidente Zine El Abidine Ben Ali. Nos dias seguintes, mais três egípcios fazem o mesmo — um deles, de 25 anos, não resiste aos ferimentos e morre.

 
Foto: Martin Bureau, AFP

Dia 25:

Insuflados pelo líder da oposição, Mohamed ElBaradei, milhares de pessoas tomam as ruas do Egito pedindo a renúncia do presidente do país, Hosni Mubarak. Nos confrontos com a polícia, dois manifestantes morrem em Suez e um policial é morto no Cairo.

Dia 26:

As manifestações se espalham dos grandes centros para cidades menores, aumentando em número e violência. No Cairo, um policial e um manifestante são mortos, enquanto em Suez 55 protestantes e 15 homens da força anti-motim são feridos.

Dia 27:

Diante do saldo violento, com mais um jovem morto em Sinai, a Casa Branca cobra providências do governo do Cairo para evitar os embates, enquanto a União Européia chama atenção para o direito de protestas da população.

Dia 28:

O saldo da violência chega a 13 mortos, centenas de feridos e quase mil presos. Os protestos aumentam e manifestantes tocam fogo no prédio do governo em Alexandria e na sede do Partido Democrático Nacional. Os serviços de internet são derrubados e ElBaradei diz que está pronto para liderar a transição, enquanto Mubarak impõe toque de recolher e promete reformas.


 
Foto: Reprodução, Egyptian TV

Dia 29:

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, designou um vice-presidente, o chefe da inteligência Omar Suleiman, pela primeira vez em 30 anos, e um novo primeiro-ministro, ambos com cargo de general, para tentar sufocar a rebelião já deixa mais de 90 mortos.

AFP
 
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