Ao chegar no aeroporto de Roma, nesta quarta, dia 6, o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Cláudio Hummes – cotado como um dos possíveis substitutos de João Paulo II – evitou falar no assunto.

O religioso preferiu destacar sua ação pastoral nos anos 70, quando apoiou trabalhadores do ABC paulista, liderados por Lula, quando eram perseguidos pelo regime militar. De forma indireta, comparou sua atuação à de João Paulo II, em relação ao sindicato Solidariedade, de Lech Walesa, na Polônia.

Mais tarde, o arcebispo afirmou que o presidente brasileiro é católico, numa resposta direta às declarações de Dom Eusébio Scheid, arcebispo do Rio de Janeiro, que no dia anterior disse que Lula era “caótico”, e não católico.

– Ele é um homem que se considera católico, se declara católico, tem comungado mais vezes comigo, tenho mais vezes dado a comunhão a ele. Eu considero ele como católico – confirmou Hummes.

Nesta quarta, Dom Eusébio Scheid divulgou nota oficial, dizendo que em momento nenhum ofendeu a moral do presidente. No fim da nota, no entanto, disse que Lula, “nas matérias da fé, parece confuso, ambíguo e não suficientemente católico”.

Lula chega nesta quinta para o velório e enterro do Papa. Na comitiva brasileira, estão também Fernando Henrique Cardoso, senador José Sarney (PMDB-AP), os presidentes da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, além da primeira-dama, dona Marisa.

Com informações da Rádio Gaúcha.