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 | 06/04/2005 15h14min

Enterro do Papa unirá amigos e rivais de todo o mundo

Representantes de diferentes raças e credos estarão no Vaticano

O enterro do papa João Paulo II, na sexta, dia 6, será a maior reunião de líderes poderosos e humildes dos tempos modernos. O papa que percorreu o mundo unirá milhões de pessoas, vindas de todo o planeta, para testemunhar sua derradeira jornada. Quatro reis, cinco rainhas, pelo menos 70 presidentes e primeiro-ministros e pelo menos 14 líderes de outras religiões vão assistir cerimônia, junto com uma multidão de fiéis estimada pelo Vaticano em dois milhões de pessoas – o maior número de peregrinos que a praça São Pedro já abrigou em toda a sua história.

Não são muitas as ocasiões capazes de colocar no mesmo local o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e Mohammad Khatami, presidente do Irã – país colocado por Bush no "eixo do mal". O herdeiro do trono britânico, o príncipe Charles, adiou seu polêmico casamento por 24 horas para estar presente à cerimônia. Enterros de líderes mundiais respeitados podem fazer história, e o funeral do terceiro papa que mais ficou no posto não será exceção.

Milhões de iranianos lotaram Teerã para o enterro do aiatolá Ruhollah Khomeini, em 1989, mas havia poucas autoridades. Em 1980, o enterro do iugoslavo Josip Broz Tito reuniu pela primeira vez adversários de Guerra Fria como o presidente da União Soviética Leonid Brezhnev e a premiê britânica Margaret Thatcher, mas não houve afluxo de populares estrangeiros a Belgrado. O papa João Paulo II, morto no sábado aos 84 anos, era o líder de 1,1 milhão de católicos, além de ser chefe de Estado do Vaticano.

As autoridades romanas não estão poupando esforços na segurança, que terá até mísseis antiaéreos. Mais de 100 países devem estar representados na Basílica de São Pedro. Reis e rainhas católicos, como o rei Juan Carlos e a rainha Sofia, da Espanha, vão se juntar a monarcas protestantes e muçulmanos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também estará presente, junto com os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e José Sarney. O Brasil é o maior país católico do mundo, e acredita-se que o próximo papa possa ser latino-americano.

Fidel Castro, que se encontrou com o papa em 1998 e o chamou de "guerreiro infatigável" pela paz, enviará o presidente da Assembléia Nacional. Ele homenageou o papa indo a uma missa em Havana. Os apelos do papa contra a invasão do Iraque lhe renderam respeito pelo mundo muçulmano, onde foi considerado um homem da paz. O iraniano Khatami, um clérigo islâmico, estará ao lado do presidente sírio, Bashar al-Assad, e do premiê palestino, Ahmed Qurie. Todos estarão dentro da basílica cristã com o presidente de Israel, Moshe Katsav.

O garoto que foi criado entre amigos judeus na Polônia foi homenageado como alguém que fez mais que qualquer um para reconciliar cristãos e judeus. Nenhum rabino importante de Israel irá ao funeral, por estarem se preparando para a Páscoa judaica, mas eles enviarão um representante. Enquanto o pontífice era vivo, o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Alexiy II, recusava-se a se encontrar com o papa, e ninguém acreditava que ele fosse a Roma. Mas o gabinete do patriarca disse que está disposto a mandar uma delegação.

Também estarão lá o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartholomew II, o arcebisbo de Canterbury, Rowan Williams, o patriarca armênio da Turquia Mesrob II, entre outros. Com o fim da Guerra Fria e a queda do Muro de Berlim, será a primeira vez que os fiéis de toda a Europa terão a liberdade de ir ao enterro de um papa. Centenas de milhares de pessoas da Europa Oriental – sem contar a multidão de poloneses – estará no Vaticano para honrar o papa que ajudou a derrocar o comunismo.

As informações são da agência Reuters.


 
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