| 26/06/2006 23h37min
O técnico Carlos Alberto Parreira apostava em Robinho para desarmar a defesa de Gana e garantir sucesso nos contra-ataques no confronto desta terça. Mas, sem o atacante, quem ficará com a responsabilidade de dar velocidade a Seleção Brasileira é Kaká.
Responsabilidade da qual o meia nunca fugiu. Pelo contrário. O craque do Milan vive, aos 24 anos, o auge da carreira, demonstra confiança como em nenhum outro momento e já se tornou um dos líderes da Seleção de Parreira dentro e fora de campo.
Nesta segunda, Kaká deu, durante entrevista coletiva, declarações não muito comuns para um jogador de futebol. Declarações, no entanto, que mostram seu nível de maturidade. Disse estar preparado para ser capitão da Seleção, um de seus objetivos no futuro próximo.
– É um sonho poder levantar a taça um dia, como fez o Cafu em 2002. É preciso ter a confiança do grupo, quem sabe um pouco mais para a frente isso possa acontecer para mim – declarou.
Na Alemanha, dificilmente o meia vai receber a tarja de capitão. O time, afinal, tem vários jogadores experientes. Cafu terá a honra de ser o representante da equipe até o fim da competição. A não ser que seja suspenso ou sofra contusão. Mas ainda há outros na frente de Kaká, como Dida, Ronaldo e Emerson.
De qualquer maneira, apesar da juventude, o ex-são-paulino já é um líder em campo. Comanda os companheiros nos 90 minutos, segura o jogo na hora do sufoco e puxa os contra-ataques no momento de pressionar o adversário.
Pelé afirmou que Kaká foi o destaque brasileiro na primeira fase, ao lado de Lúcio e Zé Roberto. Não exagerou. Foi o único do quarteto mágico que demonstrou regularidade e fez bom papel nos três jogos, contra Croácia, Austrália e Japão.
– Acho que tenho feito boa Copa, exercido bem minha função, criado oportunidades, chutado a gol – avaliou o craque do Milan.
A Seleção depende demais de Kaká nesta terça. Ronaldinho não conseguiu mostrar futebol de melhor do mundo nesta Copa – pelo menos até agora. Ronaldo, apesar da boa atuação diante dos japoneses, ainda não alcançou a forma física ideal. E Adriano, a outra ponta do quarteto, atravessa uma fase ruim.
Kaká vem lidando tranqüilamente com a pressão. E demonstrando personalidade. Não foge das polêmicas e dá opiniões muitas vezes contundentes. É um dos brasileiros mais procurados pela imprensa internacional nesta Copa.
O Milan, preocupado com o assédio do Real Madrid, tratou de renovar seu contrato – agora com vencimento em 2011. Aposta nele para conquistar o título da Copa dos Campeões da Europa na próxima temporada e sabe que, em breve, poderá suceder Ronaldinho como o melhor jogador do mundo.
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