| 01/03/2008 13h19min
O Rio Grande do Sul tem em mãos a rota que a missão da União Européia (UE) deve trilhar a partir do dia 10. As três equipes que verificam o sistema de rastreamento do gado em fazendas do país começam no Estado pelos municípios de São Gabriel, Aceguá e Uruguaiana, onde localizam-se cinco das 11 fazendas autorizadas a exportar carne bovina para a UE desde a última quarta-feira, dia 27.
A seguir, os grupos seguem para vistorias nos municípios de Tupanciretã e São Borja, onde há mais três propriedades habilitadas. Entretanto, a confirmação das propriedades ocorrerá 48 horas antes da inspeção. Os grupos chegam no dia 8 ao Estado, mas os europeus somente devem revelar quais serão as propriedades que passaram pelo pente-fino 48 horas antes da inspeção.
De acordo com o diretor técnico do Ministério da Agricultura no Estado, José Severo, o pré-roteiro foi liberado para que possa ser montada a logística com o objetivo de receber os auditores. Serão necessários dois aviões e entre cinco e oito caminhonetes para chegar a locais de difícil acesso. Além disso, haverá necessidade de carros e deslocamento de técnicos do ministério, da secretaria e das certificadoras.
Como a operação envolve interesses públicos e privados, a intenção é dividir os custos da operação. O Estado, por exemplo, estuda a possibilidade de pagar a locação de pelo menos uma aeronave, adiantou o secretário-adjunto da Agricultura, Gilmar Tietbohl. O outro avião seria oferecido por frigoríficos e pecuaristas.
Comissão Européia admite possível ampliação de lista
As primeiras auditorias dos europeus em Goiás revelaram muito rigor, com inspeção de animal por animal, brinco por brinco, e até vistoria em casas agropecuárias e unidades locais das secretarias de agricultura. A estratégia revela que, além do sistema de registro e animais das propriedades, está ocorrendo avaliação da estrutura sanitária. O diretor do Departamento de Produção Animal, Cláudio Dagoberto Bueno, garante que se isso ocorrer aqui não haverá problema:
– Estamos preparados para receber também a auditoria nas inspetorias sanitárias, pois fomos alertados de que é uma coisa que pode acontecer.
Em decorrência do recente encerramento da campanha de vacinação contra a aftosa no Estado, Bueno chama a atenção para que os pecuaristas tenham a nota fiscal de comprovação da vacina junto ao livro de registros.
Ontem, dois dias após a retirada do embargo à carne brasileira, a Comissão Européia (CE), braço executivo do bloco, admitiu que o número de fazendas brasileiras autorizadas - 106 - é muito pequeno e lembrou que é possível revisar essa lista.
– A depender dos resultados, revisaremos a situação – disse a porta-voz da CE para Saúde e Proteção ao Consumidor, Nina Papadoulaki.
As 11 propriedades do Estado representam apenas 10,37% das 106 habilitadas. Minas Gerais corresponde a 82%, o que gerou alguns questionamentos. Segundo o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, os mineiros agiram com maior rapidez.
ZERO HORA