| 28/02/2008 14h12min
A restrição à importação da carne brasileira imposta pela União Européia (UE) prejudicou a imagem dos produtos nacionais no exterior, avalia o coordenador do curso de pós-graduação em tecnologia de alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Pedro de Felício.
– Está sendo um prejuízo enorme para o Brasil, já se fala muito do consumidor europeu ficar pensando em problemas sanitários e não existe esse problema, nós não temos problemas sanitários na carne exportada – afirmou o professor.
Segundo Felício, a Irlanda vem trabalhando, com apoio de ingleses e escoceses, para criar uma imagem ruim da carne do Brasil.
– Todo produto no mercado depende de uma boa imagem e eles têm conseguido nos prejudicar nisso – disse ele, ao destacar que nos outros países do bloco europeu não há esse tipo de atuação.
A União Européia suspendeu a importação de carne brasileira no dia 31 de janeiro, quando se negou a aceitar a lista de 2,681 mil propriedades apresentadas pelo governo como aptas a exportar o produto. Em dezembro, os europeus haviam limitado em 300 o número de exportadores, sob a alegação de deficiências na certificação e rastreamento de origem do gado brasileiro - problemas detectados durante inspeções sanitárias feitas em novembro de 2007.
Na tquarta, dia 27, o chefe da delegação européia no Brasil, embaixador João Pacheco, anunciou a liberação de importação de 106 fazendas que integram o relatório de auditoria enviado pelo governo federal sobre os produtores aptos a exportar para a UE. De acordo com o embaixador, a liberação de mais fazendas depende das auditorias que serão realizadas pelo governo.
Na avaliação do professor da Unicamp, o embargo à carne brasileira não é justo, porque o país sempre foi um grande fornecedor e exportou “tudo que tinha de melhor”.