| 27/02/2008 10h44min
O Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, fez promessas de que a crise na pecuária brasileira, provocada pelo recente embargo da União Européia à carne bovina nacional, deve se resolver em poucos meses.
Em entrevista à jornalista Ana Amélia Lemos, no programa do Canal Rural Estúdio Rural desta quarta-feira, dia 27, o ministro falou sobre endividamento agrícola e o bloqueio à carne brasileira, os dois temas mais polêmicos da agricultura do país no momento.
Embora o clima seja de tensão, Reinhold Stephanes tenta transparecer segurança de que todos os problemas serão resolvidos de maneira positiva para os produtores. A partir da premissa de que a carne bovina brasileira é, sem dúvidas, um produto de qualidade, é que o ministro assegura um final feliz para o drama vivido com o bloco europeu.
O pedido é de paciência para quem não entrou na famosa lista de exportação. Segundo Stephanes, a perspectiva é de que os produtores que de fato investiram em rastreabilidade, e buscaram cumprir as exigências da União Européia, entrem para o rol nos próximos meses.
Assim como na questão do endividamento agrícola, o ministro justifica os atritos com o bloco econômico a partir da história: fatores que levaram ao bloqueio, como a competitividade no mercado exterior e os focos de vaca louca detectados na Europa, mas que devem ser resolvidos assim que haja um entendimento interno.
Dentre os planos de contra-ataque ao embargo, Reinhold Stephanes cita a simplificação das normas estabelecidas pela União Européia na produção de carne – consideradas pela classe produtora como excessivamente rígidas -, e a formação de auditoria para controlar as certificadoras. Para o ministro, é dessas empresas boa parte da culpa pelo bloqueio, além dos produtores incentivados a falhar no cumprimento das regras, e do próprio Ministério da Agricultura, por confiar demais na ingenuidade européia.
No entanto, a
promessa é de resolução rápida.
Tanto, que Stephanes aposta em uma decisão sobre a “novela endividamento agrícola” até o final de março. No dia 4 do próximo mês, mais uma reunião será realizada para discutir como os produtores deverão quitar suas dívidas, com esperanças de, enfim, um acordo definitivo. E embora o ministro admita que a polêmica não é simples de ser resolvida, promete incentivo aos endividados e consideração à renda de cada produtor.