| 25/02/2008 06h21min
É um país dividido, com pecuaristas em pé de guerra, que a missão da União Européia (UE) vai encontrar a partir desta segunda-feira, dia 25, na visita ao Brasil que começa por uma reunião em Brasília. Em seguida, iniciam-se as vistorias em fazendas espalhadas por seis Estados.
Enquanto os europeus cobram do país uma rígida segurança sobre a sanidade da carne que pretendem comprar, os brasileiros não se entendem quanto às medidas necessárias para garantir a qualidade.
Até 14 de março, a missão da UE vai assistir a controvérsias e ofensivas como a do deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), que pretende liderar uma série de ações na Justiça contra a União e o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, se o governo fizer qualquer lista de fazendas aptas a exportar. Caiado não aceita nenhuma relação. Segundo o deputado, há milhares de fazendas no Brasil que cumprem todas as exigências de rastreamento e sanidade animal, e, portanto, a lista seria ilegal.
Na sexta-feira, dia 22, o ministério enviou a autoridades européias nomes de menos de 180 fazendas que cumpririam todas as regras do bloco, portanto poderiam receber a vistoria. Apesar do tom político de Caiado, a falta de explicações sobre os critérios de escolha também deixa confusos os pecuaristas.
– Falta transparência. Não se sabe qual o critério de aprovação para exportação. Acreditávamos que, tendo o Eras (documento que certifica a conformidade com as regras de rastreabilidade), estaríamos autorizados. Vimos que não é bem assim – reclama José Roberto Pires Weber, presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça.
Desde que até Stephanes reconheceu problemas no sistema de rastreamento da carne brasileira, os ânimos se acirraram. Até o momento, mudanças nas regras atuais estão descartadas, mas o futuro da exportação de produto de qualidade com resultado rentável depende do resultado da missão que começa nesta segunda.