| 27/02/2008 20h15min
O fim do embargo europeu para parte da carne bovina brasileira desagradou algumas lideranças do setor, já que muitos pecuaristas ficaram de fora da lista. No Congresso Nacional, as opiniões se dividiram. Entidades que representam os pecuaristas não gostaram da decisão.
Na comissão de Agricultura do Senado Federal não faltaram críticas às negociações entre governo brasileiro e União Européia. Assim que tomou conhecimento da lista de 106 fazendas brasileiras que estão aptas a vender carne bovina para a Europa, a senadora Kátia Abreu se irritou.
– O governo errou ao aceitar essa lista ridícula. Isso é um atestado de incompetência. Não há na história qualquer registro que um brasileiro ou qualquer outra pessoa tenha morrido após consumir carne brasileira – disse a senadora.
Já o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, Marco Monte, preferiu um tom mais ameno. Apesar de defender ajustes no sistema de rastreabilidade do gado brasileiro, o deputado demonstrou otimismo com a retomada das compras de carnes.
– Isso mostra que a União Européia está mesmo interessada na nossa carne e que há a possibilidade de novas fazendas serem incluídas na lista – disse Monte.
Mesmo com a retomada das compras de parte da carne bovina brasileira, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avalia que muitos pecuaristas que rastrearam o gado e exportavam para a Europa estão agora fora da lista. Segundo o departamento jurídico da CNA, alguns desses produtores já solicitaram modelos de ações para ingressar na Justiça contra o governo federal.
O Ministério da Agricultura informou que até o momento não recebeu qualquer notificação de processo judicial sobre o embargo europeu, e que ações na justiça não preocupam nessa hora.
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