| 25/02/2008 21h42min
Pelo menos na hora do almoço, representantes dos dois maiores compradores de carne do Brasil, União Européia (UE) e Rússia, receberam tratamento diferente nesta segunda-feira, em Brasília.
O chefe do Serviço Veterinário e Fitossanitário da Rússia, Sergei Dankvert, e uma comitiva de 11 representantes de Moscou almoçavam com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e com sete técnicos do ministério em uma das mais caras churrascarias de Brasília, a Porcão.
Ao mesmo tempo, dois técnicos da missão européia tiveram um almoço bem mais simples, no restaurante a quilo do ministério, que fica no andar térreo do prédio anexo.
Na hora do almoço, os russos puderam experimentar uma variedade de saladas e outros pratos, incluindo vários cortes nobres de carne. A carne, principalmente a suína, é o principal produto vendido pelo Brasil para os russos.
O ministro Stephanes fatiou e serviu um pedaço de picanha para Dankvert, que tem status
de ministro em seu país.
Os europeus,
por sua vez, não desfrutaram de tanta regalia e tiveram que pegar fila, se servir e esperar para que uma das atendentes do restaurante pesasse suas refeições, para só depois almoçar. Eles, pelo menos, não pagaram pelo suco. Um copo, no restaurante do ministério, é brinde da casa.
Na churrascaria onde o ministro e os russos almoçaram, cada copo de suco custa cerca de R$ 8. No restaurante do ministério, os europeus puderam experimentar estrogonofe de carne, filé de frango ou costela de boi assada, além de saladas, arroz, feijão e sobremesas.
A diferença entre os cardápios pode ser avaliada pelo preço: R$ 68 por pessoa na churrascaria e R$ 9,22 por quilo no restaurante do ministério. A assessoria de imprensa do ministério informou que a almoço oferecido à comitiva russa foi pago pela Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).