| 25/02/2008 13h02min
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse nesta segunda-feira que nenhum pecuarista questionou até o momento a lista de fazendas aptas à exportação para a União Européia (UE), que foi encaminhada na semana passada para Bruxelas.
— Algumas pessoas, irresponsáveis, estão colocando isso em debate — disse o ministro, numa crítica direta à posição do deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), que disse que os pecuaristas vão ingressar com uma série de ações na Justiça contra a União e contra o Ministério da Agricultura, se o governo insistir em homologar a lista de fazendas.
O ministro informou que os pecuaristas que aderiram ao sistema de rastreamento (Sisbov) o fizeram voluntariamente, mas que auditorias feitas nas fazendas mostraram que as regras não estavam sendo cumpridas.
O ministro deu um recado para o pecuarista que ficou de fora da lista. Segundo ele, os produtores precisam se adequar às normas da rastreabilidade que foram acertadas
com os europeus.
Ele
sinalizou que o governo brasileiro pode tentar negociar com UE normas mais flexíveis de rastreabilidade.
— As exigências vão além das necessidades. Quanto a isso não há nenhuma dúvida — disse o ministro.
Questionado se temia a aprovação pelo Congresso Nacional de projetos apresentados por Caiado, para suspensão das negociações entre Brasil e UE, e outro para derrubar as atuais regras do Sisbov, o ministro sinalizou que essa estratégia não deve vingar.
— Não acredito muito nisso.
Questão comercial
O ministro observou também que por trás do embargo da UE há uma questão comercial. Ele aproveitou para criticar a UE e os Estados Unidos nas negociações comerciais.
— A UE e os EUA não têm sido nada liberais no comércio agrícola — afirmou.
Mesmo assim, o ministro defendeu a continuidade das negociações para a retomada das vendas de carne para os 27
países do bloco europeu.
— Não podemos fechar todas as portas, o que poderia ser
compreendido como dificuldade na questão sanitárias — explicou.
Stephanes comentou, ainda, que é importante reabrir as discussões com o mercado europeu e que a idéia do governo brasileiro é manter uma negociação que permita a inclusão de novas propriedades na lista de fazendas aptas à exportação.
Segundo ele, seria necessário credenciar entre 4 mil e 5 mil propriedades para atender a demanda européia. A mais recente lista que foi encaminhada pelo governo brasileiro à Bruxelas contém o nome de menos de 200 fazendas.
Stephanes diz que seria necessário credenciar entre 4 mil e 5 mil propriedades para atender a demanda européia
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Canal Rural