| 22/02/2008 12h12min
O Brasil enviou nesta sexta-feira à Comissão Européia (CE) — órgão executivo da União Européia (UE) uma lista com "mais de 200 criações" e seus respectivos relatórios, a fim de desbloquear o atual embargo que o bloco europeu aplica às importações de carne bovina brasileira, informaram fontes européias.
As autoridades brasileiras enviaram essa relação de fazendas, acompanhada por "relatórios de inspeções". Após chegarem a Bruxelas, os serviços da CE "estão examinando esse dossiê", segundo as fontes.
A lista trata das criações de gado que o Brasil propôs, por considerar que reúnem as condições que a UE requer para retomar as importações de carne bovina brasileira, paralisadas desde 31 de janeiro.
Os inspetores europeus virão ao Brasil na próxima semana, em uma missão que começará na segunda-feira, para verificar que "todos os requisitos da UE são cumpridos nas explorações propostas".
Desde 31 de janeiro, a UE impede a entrada de
carne bovina do Brasil, porque, naquela data,
entraram em vigor novos requisitos para esses envios. Segundo Bruxelas, nenhuma fazenda brasileira cumpria as novas medidas, por isso, há um veto na prática.
A lista de empresas que podem ser autorizadas é o principal ponto de divergência entre ambas as partes.
Segundo as informações divulgadas no início de fevereiro, a UE tinha proposto inicialmente autorizar uma relação de 300 fazendas certificadas, cuja carne poderá ser vendida no mercado europeu, em vez das 2.681 sugeridas pelo Brasil.
O governo brasileiro considerou inaceitável o projeto da UE, e disse que apresentaria uma lista de 600 fazendas. Por enquanto, Bruxelas diz ter recebido apenas 200 criações.
O Brasil é o principal exportador de carne bovina mundial e o primeiro abastecedor à UE, com 65,9% do volume das importações e 56,5% do valor total do envio desse produto ao bloco europeu.
A CE afirmou, no entanto, que não teme problemas de escassez de
carne bovina, e que o espaço poderia ser ocupado por envios
de outros países, como Argentina, Austrália ou Uruguai.
O Brasil, pelo contrário, acha que outros exportadores ou comerciantes não vão cobrir a demanda da Europa.