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 | 21/05/2010 08h43min

Irã já cogita romper pacto com o Brasil

Vice-líder do parlamento iraniano alerta que medida pode ser tomada se houver mais sanções

O polêmico acordo fechado entre Brasil, Irã e Turquia pode ser quebrado se as novas sanções forem aprovadas pelos países membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas — Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã Bretanha. A declaração é do vice-líder do parlamento iraniano, Mohhamad Reza Bahonar.

— Caso o Ocidente aprove uma nova resolução contra o Irã, não nos comprometermos com a declaração de Teerã, e o acordo de transferência de combustíveis no Exterior será cancelado — disse o parlamentar, em entrevista a uma agência de notícias local.

O compromisso estabelecido com o governo iraniano prevê a troca de combustível em território turco com o objetivo de colocar fim à crise nuclear iraniana e evitar que mais sanções econômicas contra o país fossem aplicadas. O Irã enviaria 1,2 mil quilos de urânio de baixo enriquecimento para a Turquia, que devolveria o material enriquecido para um reator de pesquisas nucleares iraniano.

As negociações contaram com a participação direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que defendem a negociação com o país governado por Mahmoud Ahmadinejad no lugar do rascunho de sanções traçado pelos EUA e apoiado pelos outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas.

Minoria do Conselho de Segurança é contra sanções

O ministro das Relações Exteriores francês, Bernard Kouchner, afirmou ontem que somente três dos 15 países que fazem parte do conselho estão relutantes quanto a uma nova resolução contra o Irã por seu programa nuclear, o que significa a existência de uma maioria favorável a sanções entre os membro do CS, não só entre os países com poder de veto. Segundo uma fonte diplomática ocidental, os três países em questão são Líbano, Brasil e Turquia. Para que a nova resolução contra o programa nuclear iraniano prospere, é necessária a aprovação da maioria (nove) dos 15 membros.

Em discurso na 13ª Marcha dos Prefeitos, Lula disse ontem que aqueles que não aceitam o acordo nuclear feito pelo Brasil e Turquia com o Irã "precisam ter inimigos".

— É muito engraçado que algumas pessoas não gostaram que o Irã aceitasse a proposta, porque tem gente que não sabe fazer política se não tiver o inimigo, e eu sou daqueles que só sei fazer política construindo amigos — afirmou o presidente brasileiro.

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