Mesmo antes de entrar em campo na noite desta terça-feira, contra o Guarani, no Canindé, a Portuguesa sabia que a missão não seria das mais fáceis. Se quisesse vencer e afastar a insistente sina dos tropeços jogando em casa, teria que quebrar a sequência invicta de 17 jogos do Bugre. Em um jogo emocionante, o time de Jorginho foi mais eficiente e venceu a equipe campineira, por 3 a 2.

Pela formação ofensiva adotada pelo técnico Jorginho, a intenção era matar o jogo o quanto antes. Com Jael em campo - mais uma vez graças a um efeito suspensivo -, o atacante Luis Ricardo foi deslocado para a lateral-direita, desfalcada do suspenso Marcos Pimentel. E com domínio total do meio de campo e subidas rápidas dos laterais, a Lusa começou sufocando o Guarani, tamanha a pressão imposta no time campineiro.

Uma cabeçada perigosa e um chute arriscado de longe já mostravam que o Cruel estava a fim de jogo. E quando ele quer, é difícil segurar... Aos 23 minutos, um golaço em uma jogada muito bem trabalhada pela Portuguesa. Edno deu ótimo lançamento para Marcelo Cordeiro, nas costas dos zagueiros adversários. O lateral não foi fominha e rolou para Jael, muito bem colocado, sozinho, para marcar.

Na comemoração, todos foram abraçar Edno, que fazia seu reencontro com a torcida dois anos após a conturbada saída. O torcedor experiente da Portuguesa, no entanto, nem deve ter se surpreendido com o que aconteceria cinco minutos depois. Na única boa chance criada pelo Guarani no primeiro tempo, Chiquinho levantou na área,

Fernandão percebeu a entrada de Felipe e ajeitou para o meia, que estufou a rede de Weverton com vontade. Mais uma vez, a falta de confiança bateu e o Guarani chegou a equilibrar a partida.

No segundo tempo, a primeira boa jogada da Lusa pareceu um replay do gol. Desta vez, Luis Ricardo encontrou Henrique, que cruzou na área e encontrou Ananias livre na segunda trave. O meia foi displicente na finalização, que saiu sobre a meta defendida por Emerson. Na jogada seguinte, no entanto, a redenção. Jael ajeitou, Ananias fez a finta e chutou rasteiro, no canto, para recolocar o time em vantagem.

E assim como na primeira etapa, o empate não demorou a sair. Em cruzamento de Fabinho na área da Lusa, Luís Ricardo viu a bola sobrando em frente ao gol, usou de seu instinto de atacante e completou... Contra! A marca histórica do Guarani estava a salvo! Por pouco tempo. Aos 22 minutos, Marco Antonio cobrou escanteio e o zagueirão Mateus subiu mais alto que a marcação para devolver a vantagem da Lusa, de cabeça.

No fim, enquanto Jorginho fechou a Lusa na defesa, Vilson Tadei mandou o Guarani para o ataque, tanto que os últimos 25 minutos foram pressão total do Bugre. Apesar dos sustos, como nos velhos tempos, a noite era rubro-verde no Canindé.