Conteúdo: cinzasnors | 13/06/2011 16h30min
A nuvem de cinzas do vulcão chileno Puyehue que voltou a atingir hoje a Argentina, o Uruguai e o extremo sul do Rio Grande do Sul nesta segunda-feira deve ficar restrita à região.
Na análise da Força Aérea Brasileira (FAB), que leva em conta o mais recente boletim emitido pelo Volcanic Ash Advisory Centres da Argentina, instituto responsável pelo monitoramento da situação no Cone Sul, a nuvem não deve avançar sobre o espaço aéreo brasileiro se as condições atmosféricas continuarem as mesmas.
Gerente nacional de fluxo de tráfego aéreo, Major Aviador Ricardo Brito, explica que trata-se de uma nuvem "remanescente", isto é, que não está mais em contato direto com a fonte de alimentação, localizada a no máximo três mil metros.
Segundo ele, os prognósticos indicam que a nuvem vai continuar sua trajetória em direção ao mar e não deve invadir o espaço aéreo brasileiro.
Para a meteorologista Estael Sias, o ar frio concentrado nas cidades do Sul, em contraponto com o ar mais quente na região metropolitana, pode estar segurando a nuvem e desacelerando o seu deslocamento.
— Vai esquentar nos próximos dias e isso deve desviar as cinzas do Estado — antecipa.
A Somar Meteorologia informou que nas últimas seis horas a nuvem se manteve praticamente estável, mas mantém a previsão de que a pluma vulcânica deve chegar a Porto Alegre ainda hoje, possivelmente até o começo da noite.
A meteorologista Cássia Beu, da Somar, chama a atenção para o fato de que durante a trajetória da nuvem ocorre a dispersão das cinzas.
— Quanto mais longe da fonte, mais diluída ela fica na atmosfera — diz ela, explicando porque a nuvem deve chegar na Capital com menos intensidade.
Comparando com a nuvem que provocou o cancelamento de dezenas de voos no Aeroporto Salgado Filho na última sexta-feira e no sábado, ela diz que a diferença desta que está a caminho hoje para a outra é a trajetória.
— Não se pode dizer que esta é maior, menor, mais ou menos intensa. A diferença é o deslocamento: a primeira entrou mais pelo oeste do Rio Grande do Sul e esta está passando pelo sul, mais próximo ao litoral. Esta deve se espalhar menos pelo interior do Estado — projeta.
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