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 | 10/06/2011 08h04min

Ameaçado de rebaixamento, River Plate não depende apenas de si no Clausura

Sem vencer desde 30 de abril, gigante argentino também passa por crise institucional

Um gigante do futebol sul-americano padece. Ameaçado de cair para a segunda divisão do futebol argentino, o River Plate vive a maior crise em 110 anos de história. A duas rodadas do final do Clausura, já não depende apenas de si. Precisa ganhar os dois próximos jogos, contra Estudiantes, fora, e Lanús, em casa, e torcer por tropeços de Arsenal, Tigre, Olimpo, Huracán, Gimnasia e Quilmes. Dos cinco grandes do país, apenas San Lorenzo e Racing já amargaram a segunda divisão.

O retrospecto dos últimos jogos é desanimador. O River não vence desde a 12ª rodada, no dia 30 de abril, quando assumiu a ponta do Clausura ao vencer o Racing por 1 a 0, em Avellaneda. Cinco rodadas, duas derrotas e três empates depois, o time ocupa a oitava posição do campeonato. Não estaria ameaçado se o sistema de descenso fosse igual ao do Brasil, mas, na Argentina, o rebaixamento é calculado pela média das últimas três campanhas. Nesta tabela, o River está no 16º lugar (clique aqui e veja como funciona o descenso na edição impressa de Zero Hora).

Afinal, o que aconteceu com o River depois da conquista do Clausura de 2008? Para Veronica Drygailo, setorista do Diário Olé, a crise se restringe ao clube e não espelha um momento ruim do futebol argentino, fora da Olímpiada de Londres e sem ganhar uma Copa há 24 anos.

— É uma crise da instituição River Plate. Houve má condução tanto de Aguilar (José María Aguilar, presidente entre 2001 e 2009) quanto de Passarella (Daniel Passarella, atual presidente). Esta fase se caracterizou por maus negócios. Venderam jogadores, contrataram reforços ruins e erraram muito na escolha do técnico — explica a jornalista, antes de acrescentar a isso a complicada situação econômica de um clube chamado de “milionário” pelos argentinos.

> Trajetória descendente
2011 - Clausura - 8º
2010 - Clausura - 13º / Apertura - 4º
2009 - Clausura - 8º / Apertura - 14º
2008 - Clausura - 1º / Apertura - 20º

Conhecido formador de talentos como Crespo, Mascherano, Saviola e Higuaín, a fonte do bicampeão da Libertadores (1986 e 1996) parece ter secado. A última venda significativa de um jogador revelado no River para a Europa foi a do colombiano Falcao García, para o Porto, em 2009. Esperança dos torcedores, o meia Diego Buonanotte, 23 anos, não tem correspondido. Estaria, inclusive, fora da lista do técnico Juan José López para o jogo decisivo de amanhã contra o Estudiantes.

— Há muitos negócios estranhos nas canteras (categorias de base) do River. Muito dinheiro sumiu nas mãos de representantes fantasmas — conta Veronica.

Os jogadores têm se mantido em silêncio. Falam pouco com a imprensa e fogem das perguntas sobre a ameaça de rebaixamento. Até em Porto Alegre, D’Alessandro preferiu não comentar a situação do clube que o revelou. Na quinta-feira, dirigentes, comissão técnica e atletas se reuniram por mais de uma hora. Traçavam um plano para livrar a história centenária do River desta mancha.

ZERO HORA
Alejandro Pagini, AFP  / 

River enfrenta crise dentro e fora dos campos
Foto:  Alejandro Pagini, AFP


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