| 01/10/2010 00h31min
O debate entre os candidatos à presidência da República terminou sem confronto direto entre os dois candidatos que aparecem à frente nas pesquisas. Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) não fizeram perguntas um para o outro, apenas para Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL). O debate final da campanha, a três dias da eleição, foi realizado em um estúdio na Central Globo de Produção, no Rio de Janeiro, na noite desta quinta-feira.
Confira como foi a cobertura ao vivo do debate
O candidato do PSOL voltou a provocar os demais candidatos, mas não fez perguntas para Marina, apenas para Dilma e Serra. Para Serra, a provocação veio quando, ao ouvir que o tema da questão seria impostos, Plínio disparou:
— Ihhhhh, ele gosta disso.
Em seguida, acusou Serra de propor uma reforma tributária que aumenta a carga de tributos sobre os mais pobres e diminuiu a sobre os mais ricos. O candidato respondeu negando a acusação e defendendo a redução da carga tributária sobre alimentos básicos e medicamentos.
Plínio também provocou Dilma ao dizer que não vê nos sites dos outros partidos as doações de recursos para a campanha. A candidata se defendeu:
— Registramos todas as doações da nossa campanha no Tribunal Superior Eleitoral. Todas as doações são oficiais.
Parte da plateia riu e a petista rebateu:
— Lamento os risos de quem tem outras práticas.
Na busca por uma vaga no segundo turno, Marina também preferiu questionar apenas os candidatos líderes nas pesquisas. Na pergunta que fez a Serra sobre os programas sociais e o bolsa-família, os dois chegaram a esboçar um confronto.
— As coisas vão se dando de acordo com lógica de promessas e não de programas. Você não responde, só coloca coisas que fez em São Paulo.
Serra rebateu:
— Não use sua régua para medir os outros.
E comparou Marina e Dilma, dizendo que se fosse usar a sua "régua" apontaria que as duas candidatas têm muitas semelhanças.
— Você estava no governo do mensalão. Assim como Dilma, você não saiu do governo, ficou lá.
Marina, por sua vez, aproveitou uma pergunta de Dilma sobre como a candidata avaliava a reação do Brasil à crise mundial para compará-la com Serra.
— Dilma e Serra têm perfil muito parecido, um perfil puramente gerencial. Você corretamente coloca acertos e ganhos, mas não olha para os novos desafios.
À frente nas pesquisas, Dilma e Serra defenderam no debate suas realizações nas áreas de habitação e transporte. Dilma falou das conquistas do Minha Casa, Minha Vida durante o governo Lula e prometeu mais dois milhões de moradias no programa se for eleita.
— A população de baixa renda merece ter casa própria.
A candidata também falou sobre as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como as ferrovias Norte-Sul e Transnordestina, sob críticas de Marina, que acusou a petista de tratar das questões de infraestrutura de forma pontual.
Já Serra aproveitou a experiência de São Paulo com o metrô para defender a necessidade de instalação de metrôs em várias cidades. Mencionou inclusive o projeto de Porto Alegre.
— Metrô é ferrovia. Tenho um plano de fazer metrô em parceria com governo estadual e a iniciativa privada.
Foi criticado por Plínio, que questionou de onde sairiam os recursos: "agora todo mundo promete tudo".
O tucano também mencionou as propostas que vem defendendo na reta final da campanha: reajuste de 10% no ano que vem aos aposentados e elevação do salário mínimo para R$ 600.
Debate da TV Globo, com transmissão da RBS TV, reúne os quatro candidatos dos partidos com representação na Câmara
Foto:
zerohora.com
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