| 05/08/2010 08h12min
Basta andar pelas ruas de Joinville à noite para perceber que o inverno não é só motivo de encanto. O frio deixa ainda mais visível o flagelo sofrido por quem vive pelas ruas e só encontra abrigo sob marquises ou em prédios abandonados.
— Há 15 dias não sei o que é tomar banho e descansar numa cama —, dizia uma mulher, grávida de nove meses, que enfrentava uma madrugada gelada da semana passada num banco de madeira, no Centro da cidade.
Ela e o marido são de Curitiba e chegaram em Joinville antes do inverno. Segundo ela, o marido veio em busca de uma promessa de emprego como pintor de prédios. Chegando na cidade, a proposta de emprego não se confirmou.
— Temos lavado toldos em troca de algum dinheiro e comida —, diz a mulher.
— Mas quem vai dar um emprego para quem não tem nem residência fixa? E para uma grávida, então? —, questiona.
Outro homem, também da capital paranaense, vive nas ruas de Joinville há pelo menos um ano.
— Tinha uma proposta de trabalho em Araquari, mas não pagaram o prometido —, diz.
— No albergue, só podia ficar três dias, então tive que procurar outro lugar —, diz.
Ele costumava dormir sob a marquise de uma antiga loja, na rua Ottokar Doerffel, depois que a casa abandonada onde ele dormia, perto do Cemitério Municipal, foi demolida.
Nos últimos dias, teve que fazer uma nova mudança. O local onde estava dormindo e onde foi fotografo pela reportagem de “AN” foi fechado com tapumes. Na mudança, levou colchões, lençóis e roupas que ganhou de moradores da cidade.
— Esse cobertor de lã um homem que passou de carro jogou para mim esses dias, quando estava muito frio —, conta.
— Faço uns serviços de jardinagem para ganhar dinheiro e pretendo voltar logo para a minha cidade —, diz.
HÁ TRÊS ALBERGUES EM JOINVILLE
Três entidades estão conveniadas com a Prefeitura de Joinville para oferecer abrigo, como albergues, na cidade: Casa Marta e Maria, Casa da Gestante e Casa de Alimentação São Judas Tadeu).
As direções destes locais reclamam que há um crescimento da população de rua em Joinville e que esse movimento não tem sido bem acompanhado pelo poder público.
A Casa Marta e Maria (albergue para peregrinos) só consegue manter as portas abertas graças ao auxílio da Igreja. A Casa de Alimentação São Judas Tadeu também depende de doações da Igreja e de voluntários.
A Casa da Gestante só continua a acolher grávidas e gestantes porque realiza eventos, recebe doações da iniciativa privada e de pessoas físicas.
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