Desde 2007, quando negociou o zagueiro Breno por cerca de R$ 40 milhões, o São Paulo não vende um jogador em altas cifras. Mas o clube ficou mal acostumado. Após essa transferência, a cúpula não tem aceitado propostas baixas pelos atletas considerados de ponta.

Miranda e Hernanes são os melhores exemplos. Ambos foram procurados por grandes clubes da Europa, mas os valores não agradaram. Esta semana, por exemplo, o volante foi sondado pela Lazio. O clube, de prontidão, negou os cerca de R$ 20 milhões oferecidos. A intenção é atingir R$ 30 milhões.

— O dinheiro que ofereceram não amarra nem a chuteira do Hernanes. Outro problema é que, muitas vezes, fica só na sondagem, sem uma proposta oficial. O São Paulo vai sempre bater o pé no que acha justo pedir por seus jogadores — disse o superintendente de futebol do clube, Marco Aurélio Cunha.

Richarlyson, em 2008, após boas apresentações e convocação para a Seleção Brasileira, também foi sondado. Outro que quase deixou o clube foi Jorge Wagner. No entanto, nenhuma das propostas agradou.

Este ano, André Dias e Léo Lima foram negociados. No entanto, a soma dos valores de ambos não chegou a R$ 10 milhões. Além disso, o clube recebeu parte do montante, já que não era detentor de 100% dos direitos econômicos da dupla. Outro exemplo é Alex Silva. Em 2008, vendido por cerca de R$ 25 milhões, apenas 20% do total ficou nos cofres do Tricolor. No caso de Breno, 70% era do clube, que ainda tem direito a 5% de venda futura por ele ter sido formado na base.

Apesar de manter a postura de segurar os principais atletas, a diretoria tricolor sabe que precisa estabilizar o caixa. Com os gastos em contratações no início da temporada, investimentos no Morumbi e alguns jogadores com salários altos, o clube tem a necessidade de vender certos atletas. No entanto, continua valorizando o patrimônio e prefere não aceitar valores abaixo do que acredita ser justo.

Blindado contra poucas quantias pelos são-paulinos, a cúpula tricolor segue com a estratégia. Aguarda por propostas, porque precisa vender alguém, mas não vai aceitar baixos investimentos.