| 23/06/2010 03h42min
O Ministério da Saúde apresenta hoje o primeiro exame desenvolvido no País para diagnosticar gripe A.
O custo do produto brasileiro é equivalente a 30% do valor do teste importado, mas a importância do kit brasileiro não está na economia, segundo integrantes do projeto.
— O domínio da tecnologia é estratégico. Garantimos autonomia e agilidade, algo extremamente importante na vigilância epidemiológica — afirma o pesquisador Marco Aurélio Krieger, integrante do Instituto Carlos Chagas e um dos responsáveis pelo projeto.
Ano passado, depois da constatação dos primeiros casos de gripe A no mundo, o Brasil teve de esperar cerca de 20 dias para receber kits indispensáveis para saber se o vírus já havia chegado ao país.
Quando a epidemia estava em curso, formou-se uma fila de espera para receber resultado de testes de pacientes com suspeita da doença. Diagnósticos que deveriam ser concluídos em 72 horas passaram a ser divulgados depois de mais de semanas.
A demora foi creditada à falta de testes na quantidade necessária para o país.
De acordo com laboratórios, várias vezes a realização dos exames teve de ser interrompida por falta de kits.
— A agilidade na realização e obtenção dos resultados dos exames é essencial. É o primeiro passo para saber o comportamento, a dimensão da doença no país — avalia o diretor de Bio-Manguinhos, Artur Roberto Couto.
A ideia é que o teste possa ser adaptado para diagnosticar eventuais mutações do H1N1.
— Não há intenção de se vender o produto. o objetivo é o uso do produto para atender a demanda nacional — diz Couto.
Krieger conta que o teste brasileiro é feito com a mesma tecnologia de exames importados.
De acordo com ele, o resultado do teste pode ser obtido no mesmo dia. A expectativa é de que o kit comece a ser usado no país em julho.
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