| 20/04/2010 10h38min
Beto Almeida, porto-alegrense, 55 anos e 32 deles como técnico de futebol, volta hoje a Pelotas depois de fazer estrago na Capital. Deixa a casa próxima ao Shopping Iguatemi para encaminhar o futuro depois do vice da Taça Fábio Koff, em que triunfou sobre Grêmio, São José e fez frente ao Inter no Beira-Rio. Em bate-papo por telefone com ZH, revelou a frustração de não estar entre os três indicados a melhor técnico do Gauchão e falou sobre a expectativa de treinar uma grande equipe, mas demonstra prudência na escolha do clube:
– Prefiro solidificar minha nova imagem, de técnico atualizado, dinâmico e que consegue as vitórias que o clube precisa.
Confira os principais trechos:
Zero Hora – O senhor vai continuar no Pelotas?
Beto Almeida – Estou aberto. Vai depender de conversar sobre todos os aspectos que envolvem continuidade, as pretensões na Série D.
ZH – E suas pretensões, quais são?
Beto – A gente sempre busca o crescimento, e passa por um reconhecimento público. Aí, é um horizonte muito amplo. Pode ser que a campanha do Pelotas faça surgir convites.
ZH – Já surgiram?
Beto – Felizmente. Mas sem pressa.
ZH – O senhor acha que recebeu reconhecimento público?
Beto – Com certeza. Sempre que a equipe cresce o nome do técnico fica em evidência. E mesmo assim fiquei fora da escolha dos três melhores (na eleição da FGF, que indicou Silas, do Grêmio, Argel, do São José, e Gilmar Iser, do Novo Hamburgo).
ZH – O senhor esperava estar na lista?
Beto – Eu tinha certeza.
ZH – Está frustrado?
Beto – Havia uma expectativa muito grande. Não só com relação a mim, mas com quatro, cinco jogadores que deveriam estar entre os três. Só vou citar o Jonatas porque ele foi disparado o melhor goleiro. Só o Gavião entrou nessa relação.
ZH – É o melhor momento da sua carreira?
Beto – Não tenho dúvida. Quando voltei do Japão, em 2001, parei por dois anos. Comprei um posto de gasolina. Foi o período que fiz reciclagem profissional. Senti que estava estagnado. De lá para cá, tenho conseguido só sucessos. Nos últimos cinco Gauchões, participei das quartas de finais todas as vezes. Minha carreira realmente começou depois desse hiato de dois anos. Hoje sou muito superior ao que eu era há 10 anos.
ZH – E isso o cacifa para treinar um time maior?
Beto – Venho me preparando há tempo para que quando chegue minha melhor oportunidade eu esteja no meu melhor momento. Estou convicto que meu momento vai chegar. Nunca tive pressa de alcançar o sucesso.
ZH – Foi frustrante ceder a virada para o Inter, depois de 2 a 0?
Beto – Não imaginava que tivéssemos que fazer alterações no segundo tempo por lesões, e isso quebrou, e muito, tudo aquilo que havíamos treinado. Saímos conscientes de dever cumprido e com o gostinho de que poderíamos ter ido além.
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