| 12/01/2010 07h20min
Em um país onde proliferam leis antifumo, chamou a atenção a imagem do técnico do Inter, o uruguaio Jorge Fossati, sentado com um cigarrinho na mão. Era tarde de domingo na Associação Geremia, em Bento Gonçalves, onde o time faz pré-temporada, e o uruguaio orientava seus jogadores em um coletivo.
– Só fumo nos treinos. Nos jogos, não. Fumava, mas a ideia internacional foi de parar com o cigarro – afirmou, na saída do treino de ontem.
Fossati recém havia fumado, perto da casamata. Ontem, o fez antes e depois do treino – rotina adotada nas partidas. Protegido do sol forte por um boné vermelho do Inter, disse que vê o hábito como normal, de acordo com os costumes de argentinos e uruguaios. Conhece, inclusive, a legislação brasileira sobre o assunto.
– Em Porto Alegre, é muito rígida – comentou, lembrando que o Equador, onde comandou a LDU, é mais liberal.
De fato, a situação fustigou até brincadeiras da torcida. No domingo, um
torcedor perto do técnico pediu, do alambrado:
– Empresta o fogo aí, Fossati!
O uruguaio reagiu com um sorriso, em indicativo de que levou na esportiva. Para quem convive no Inter com o treinador, não há problema em fumar. A questão é que o gosto pelo tabaco parece pouco comum entre os técnicos brasileiros. Por isso, a estranheza até mesmo no hotel do Inter, onde o uruguaio J.J. Rodríguez, auxiliar de Fossati, reúne-se com os colegas para um bate-papo de cigarrinho na mão, à noite, em frente ao estabelecimento.
Cesar Menotti, argentino campeão do mundo em 1978, ficou famoso pelos cigarros. E o atual técnico da seleção local, Diego Maradona, ganhava charutos do amigo cubano Fidel Castro. Os jogadores vindos da Argentina e do Uruguai mantêm o hábito de fumar. O zagueiro Amelli, em 2002, era assíduo frequentador do Bar do Beto, na Capital. Ali, entre goles de bom vinho tinto, acendia seu cigarro. Os uruguaios Pablo Hernandez e Órteman e os argentinos Schiavi e Astrada também mantinham o hábito de fumar. O
mesmo fez a dupla Maxi López e
Herrera em dia de folga na badalada Rua Padre Chagas no ano passado.
A Fifa proíbe o fumo no gramado, mas na Copa de 2006 o técnico argentino do México, Ricardo Lavolpe, pitou seu cigarro no banco de reservas quando venceu o Irã por 3 a 1. Levou advertência da entidade, que o proibiu de repetir a atitude na partida seguinte. Mas os dirigentes não esperavam ver repetição logo na final.
Encerrada a decisão por pênaltis na qual a Itália sagrou-se campeã sobre a França, o técnico Marcello Lippi relaxou com um charuto após erguer a taça. Fumou em pleno gramado do Estádio Olímpico de Berlim. Lippi é outro apreciador do tabaco. Normalmente, é visto com sua cigarrilha.
Fenômeno de marketing, o meia inglês David Beckham nunca vinculou a imagem ao tabaco. Mas aprecia charutos. Prevaleceu, porém, a vontade da mulher, Victoria, ex-Spice Girl. Baforadas de fumaça, só fora da mansão do casal.
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