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COMO VIVEM E SE
COMPORTAM AS
ABELHAS
O domínio da linguagem, a capacidade de resolução de problemas e as habilidades sociais colocam o ser humano no topo da cadeia alimentar.
Danos catastróficos provocados no ambiente demonstram, no entanto, que temos muito a aprender com espécies menores – bem menores. Como os insetos. Antiquíssimas, abelhas, formigas e vespas são exemplos de que a vida em sociedade pode ser bem mais cooperativa.
Esses pequenos animais resistiram a variações climáticas, viram os dinossauros ascenderem e caírem, testemunharam a evolução do Homo sapiens e, com o reino vegetal, formaram ricos sistemas vivos. Habitando colônias, junto a indivíduos de várias gerações, os insetos sociais garantem a perpetuação da espécie por meio da divisão do trabalho reprodutivo – cada casta se reproduz enquanto as outras cuidam do resto.
Mergulhamos no seu curioso universo para entender como a vida em coletividade fortalece a existência.
Para serem sociais,
os insetos precisam:
possuir sobreposição de gerações, com os mais velhos cuidando dos mais novos
01
02
cooperar na reprodução, envolvendo indivíduos reprodutivos e estéreis
03
viver em um ninho ou outro domicílio permanente
02
04
ter divisão da força
de trabalho, com um sistema de castas
Precavidas como ursos
Dependente das flores e do
ambiente para sobreviver,
a sociedade das abelhas
sofre se o clima está descaracterizado.
No outono e no inverno, quando chove muito, faz frio ou há ausência de sol, as folhas murcham, as flores caem e, naturalmente, os insetos também se recolhem. Em condições ambientais extremas, a alimentação pode minguar e, com isso, o desenvolvimento do metabolismo das abelhas sem ferrão também. Recente estudo publicado por um grupo de biólogos do Laboratório de Entomologia da Faculdade de Biociências da PUCRS constatou que, semelhante ao que ocorre com ursos polares, elas também reúnem alimento antes da chegada do frio. Chamado diapausa, o processo mostra que essas abelhas são capazes de sobreviver por longos períodos com menos alimento. Diferentemente das abelhas Apis mellifera, conhecidas por africanizadas por resultarem de uma mistura das europeias e africanas, as sem ferrão são nativas do RS.
– O nome popular dessas abelhas deve-se ao fato de o ferrão ser atrofiado. Para defender suas colônias, elas constroem ninhos em locais de difícil acesso – afirma a bióloga e diretora do Instituto do Meio Ambiente da PUCRS, Betina Blochtein.
Nativas de regiões tropicais e subtropicais, as abelhas são usadas para produção de mel, manutenção de vegetações naturais, aumento da produção agrícola e equilíbrio do ecossistema pela polinização de plantas.
Tolerância zero no
bafômetro da colmeia
No outono e no inverno, quando chove muito, faz frio ou há ausência de sol, as folhas murcham, as flores caem e, naturalmente, os insetos também se recolhem. Em condições ambientais extremas, a alimentação pode minguar e, com isso, o desenvolvimento do metabolismo das abelhas sem ferrão também. Recente estudo publicado por um grupo de biólogos do Laboratório de Entomologia da Faculdade de Biociências da PUCRS constatou que, semelhante ao que ocorre com ursos polares, elas também reúnem alimento antes da chegada do frio. Chamado diapausa, o processo mostra que essas abelhas são capazes de sobreviver por longos períodos com menos alimento. Diferentemente das abelhas Apis mellifera, conhecidas por africanizadas por resultarem de uma mistura das europeias e africanas, as sem ferrão são nativas do RS.
– O nome popular dessas abelhas deve-se ao fato de o ferrão ser atrofiado. Para defender suas colônias, elas constroem ninhos em locais de difícil acesso – afirma a bióloga e diretora do Instituto do Meio Ambiente da PUCRS, Betina Blochtein.
Nativas de regiões tropicais e subtropicais, as abelhas são usadas para produção de mel, manutenção de vegetações naturais, aumento da produção agrícola e equilíbrio do ecossistema pela polinização de plantas.
ORGANISMO
SUPERPODEROSO
O que garante o sucesso evolutivo de minúsculos seres vivos como abelhas, vespas, cupins e até mesmo de alguns tipos de formigas, segundo o biólogo e pesquisador da UFRGS Josué Sant’Ana, são as asas.
Como invertebrados alados, a fuga dos predadores e a localização do alimento são facilitados. Ter mecanismos de defesa física e química também ajuda a escapar do ataque de espécies maiores.
– Achamos que somos muito superiores e autossuficientes. A inteligência deles (desses insetos) é intuitiva em relação à dependência do outro e do meio – afirma o pesquisador.
No livro A Criação (publicado em 2008 no Brasil), o entomologista e biólogo americano Edward O. Wilson, conhecido pelo trabalho com ecologia e evolução, afirma que “as pessoas precisam dos insetos para sobreviver, mas os insetos não precisam delas”. Sobre as formigas, descreveu, em Diversidade da Vida (1992):
“São uma teia viva lançada como um superorganismo, pronta para se lançar sobre algum estoque abundante de alimento ou recuar diante de inimigos mais formidáveis. Um superorganismo que pode controlar e dominar o solo e o alto das árvores ao competir com organismos solitários comuns. É por isso que as formigas vivem em todos os lugares em tão grande número”.
Mais de
2,5 mil
espécies no país
Jataí, mirim e tubuna estão entre as mais conhecidas do Estado.
Abelhas são responsáveis pela polinização de até
90%
da flora nativa
espécies integram a lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul:
1 - Melipona marginata obscurior
2 - Melipona bicolor schencki
3 - Melipona quadrifasciata quadrifasciata
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