157 anos
#SantaMariaSomosNós
EXPEDIENTE
REPORTAGEM
Dandara Flores Aranguiz
FOTOS
Claudio Vaz
Gabriel Haesbaert
Jean Pimentel
Ronald Mendes
Dandara Flores Aranguiz
Arquivo Histórico de Santa Maria
Arquivo DSM
EDIÇÃO
Silvana Silva
DESIGN
Rafael Sanches Guerra
PROGRAMAÇÃO
Rafael Sanches Guerra
EDIÇÃO DE VÍDEO
Dandara Flores Aranguiz
Cidade Cultura, Cidade Ferroviária, Cidade da Medianeira, dos militares, dos estudantes. Somos a terra do vento norte e da hospitalidade, da oportunidade e da diversidade. E neste 17 de maio, comemoramos 157 anos.
Nesta reportagem interativa, revisitamos os quatro cantos da cidade, de Norte a Sul, de Leste a Oeste. E saiba por que #SantamariaSomosNós
Recortes fotográficos
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Santa Maria de todos nós
Santa Maria é a 5ª cidade mais populosa do Rio Grande do Sul (274.838 habitantes). Os primeiros moradores a povoar a região foram índios minuanos e tapes. E apesar da história oficial dizer que a origem da cidade foi um acampamento militar, a influência indígena é muito forte, assim como o amor entre a índia Imembuí e o português Rodrigues (1), cujo nome indígena é Morotin. A lenda acabou incorporada à história oficial. Empreendimentos e lugares levam o nome de seus personagens: TV Imembuí (2)(hoje RBS TV), hotéis Morotin (3) e Itaimbé (4) e Parque Itaimbé são alguns exemplos.
Historicamente falando, a cidade teve outra origem. Em 1797, por conta da chegada de uma comissão portuguesa que demarcava terras de Portugal e Espanha, estabeleceram-se aqui os primeiros assentamentos na Praça Saldanha Marinho e na Rua do Acampamento. Em 1819, Santa Maria é elevada à 4º Distrito da Vila Nova de São João da Cachoeira (atual Cachoeira do Sul). Virou Freguesia de Santa Maria da Boca do Monte em 1837. Vinte anos depois, chegou à vila e, no ano seguinte, em 17 de maio de 1858, emancipou-se de Cachoeira do Sul. Em 1876, foi elevada à cidade.
Em meados de 1885, os primeiros trilhos férreos começam a chegar a Santa Maria e desencadearam um desenvolvimento socioeconômico sem igual. Em cinco anos, o eixo ferroviário Santa Maria-Cacequi-Porto Alegre-Uruguaiana foi inaugurado, e a cidade virou referência comercial e industrial por meio século.
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_ A cidade passou a ostentar o título nacional de Cidade Ferroviária. O período que vai da fundação da Viação Férrea até meados dos anos 1950 é marcado por um surto de desenvolvimento social, econômico, cultural e populacional _ comenta a professora de história da UFSM Maria Medianeira Padoin.
De 1898 a 1920, a Rede Ferroviária Rio-Grandense foi arrendada pela Compagnie Auxiliare dos Chemis de Fêr du Brèsil, da Bélgica. Foi neste período, em 1903, que surge a Vila Belga, conjunto habitacional que reunia famílias francesas e belgas que alojava funcionários da Compagnie.
Em 1913, é criada a Cooperativa de Consumo dos Empregados da Viação Férrea. Em função de oferecer oficinas de manutenção da malha ferroviária, em 1922, a cooperativa investiu no ensino profissionalizante e criou a Escola de Artes e Ofícios, que foi chamada de Ginásio Industrial Hugo Taylor, com instrução primária e ginasial, em 1934. Três anos antes, a cidade ganha a primeira instituição de Ensino Superior: a Escola de Farmácia e Odontologia. Foi o pontapé do perfil educacional.
A cooperativa deixou legados na saúde : em 1932, inaugurou a Casa de Saúde.
A partir de meados do século passado,o perfil socioeconômico da cidade começa a mudar. Com a derrocada da Viação Férrea, recai sobre o ensino a nova luz para o desenvolvimento.
_ Foi um período de retração na economia da cidade e da região, que começou a ser superado a partir de 1970, com o pleno funcionamento da UFSM, a implantação da Base da Base Aérea e a criação de novas unidades do Exército _ comenta o historiador João Rodolpho.
De lá para cá, a cidade mudou significativamente. Os tempos áureos da ferrovia deram lugar aos militares, aos funcionários públicos e aos estudantes. E a todos os serviços para apoiar um perfil educacional e militar. Atualmente, Santa Maria possui o segundo maior contingente militar do país e caminha para se transformar em um polo industrial da defesa no Brasil.
E no meio de tantos títulos, Santa Maria carrega uma cicatriz. No dia 27 de janeiro de 2013, a cidade ficou conhecida como o lugar onde aconteceu uma das maiores tragédias do país. 242 pessoas, a maioria jovens, morreram no incêndio da boate Kiss. Por muito tempo, a cidade viveu em luto profundo, entristecida e abalada.
Com a força de seu povo, Santa Maria busca se reerguer. Sua hospitalidade, sua generosidade no acolhimento de quem chega e seu espírito jovem ajudam no processo. Afinal, a cidade imprime sua marca no coração de quem um dia passou por aqui.
No dia dos seus 157 anos, Santa Maria e o Diário convidam você a conhecer um pouco mais dessa cidade que tanto nos orgulha. Afinal, somos todos Santa Maria!
Santa Maria
em dados
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População (Censo de 2010*) _ 261.031 habitantes (47,36% homens e 52,64% mulheres)
População estimada em 2014 _ 274.838 habitantes
O território santa-mariense (1.788,129 Km²) é dividido em 10 distritos e 41 bairros
Bairro com menor área: Carolina (0,4821 km²)
Bairro com maior área: Camobi (20,3463 km²)
Bairro com o menor número de habitantes: Agroindustrial (224)
Bairro com o maior número de habitantes: Camobi (21.822)
Fonte: IBGE