Em discurso na abertura da 29ª Cúpula do Mercosul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que os presidentes presentes "fizessem pressão" sobre os líderes dos países desenvolvidos para evitar que a próxima etapa da Rodada de Doha da OMC (Organização Mundial do Comércio), em Hong Kong, na próxima semana, transforme-se num fracasso. Lula disse que se os países ricos não adotarem medidas, como a redução dos subsídios agrícolas, para permitir o acesso dos países mais pobres aos grandes mercados, haverá a continuação da desigualdade por 30 anos e poderá haver um "aumento do terrorismo".

Lula relatou aos colegas os contatos com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e com o primeiro-ministro da Inglaterra, Tony Blair.

– Essa decisão é tão importante que não deveria ser mais uma decisão a ser tomada pelos nossos técnicos ou ministros, e sim, aprovadas pelos presidentes (ou chefes de governo). Se não fizermos isso, vamos fazer com se perdure por mais 20, 30 anos a situação de desigualdade, de empobrecimento e quem sabe até o aumento do terrorismo se não apresentarmos a uma parcela enorme da sociedade a possibilidade de ter acesso à cidadania – disse Lula.