| hmin
O presidente norte-americano George W. Bush chegou nesta terça, dia 18, a Londres para uma histórica visita oficial. O representante norte-americana e seu grande aliado Tony Blair devem enfrentar uma onda de protestos por causa da guerra no Iraque.
Os dois esperavam que a visita marcasse a vitória conjunta de EUA e Grã-Bretanha no Iraque, mas os freqüentes ataques à ocupação naquele país eliminaram qualquer idéia de celebração. Em vez disso, gigantescas manifestações aguardam Bush em Londres.
Bush vai se hospedar no palácio de Buckingham, residência da rainha Elizabeth 2ª., mas sua equipe, temendo atentados e multidões, descartou eventos tradicionais, como o passeio na carruagem real. A polícia britânica está gastando US$ 8,5 milhões no esquema de segurança. Os atentados suicidas do fim de semana na Turquia agravaram a tensão.
Os organizadores esperam até 100 mil pessoas na maior dessas manifestações, quando uma estátua gigante de Bush será derrubada na praça Trafalgar – numa paródia à cena em que soldados norte-americanos derrubaram uma estátua de Saddam Hussein em Bagdá, em abril.
Blair não tem demonstrado hesitação em cumprir seu papel de anfitrião. Pelo contrário, defendeu sua decisão de desafiar outras potências européias na hora de apoiar a guerra.
– O primeiro-ministro acredita que este é precisamente o momento correto para que o presidente Bush visite este país – disse um porta-voz.
O presidente dos EUA também não se abate com as manifestações previstas. Segundo um porta-voz que viaja com ele, o presidente dirá aos britânicos que às vezes a força militar é necessária.
– A história mostra que há momentos em que os países precisam usar a força para defender a paz e os valores, e ele vai dizer que devemos reconhecer que haverá momentos em que o uso da força é necessário. Nunca é a primeira escolha – disse o assessor.
O prefeito de Londres, Ken Livingstone, de esquerda, referiu-se a Bush como "o homem mais perigoso do planeta'' e disse que, mesmo convidado, não iria apertar sua mão.
Analistas dizem que a visita causará desconforto a Blair, especialmente junto a seu partido, o Trabalhista. Na semana passada, ele afirmou que os adversários da guerra precisam reconhecer que o Iraque está melhor hoje do que sob o regime de Saddam e criticou o que chamou de "monstro da propaganda a respeito da América''.
Durante a visita, Bush e Blair devem fechar os detalhes dos planos de transferência da soberania do Iraque aos líderes locais. Blair também espera chegar a um acordo sobre o destino de 10 britânicos que são mantidos presos em Guantánamo sob acusação de ligação com o terrorismo.
Bush deve se encontrar com parentes de militares britânicos mortos no Iraque – evento ao qual ele vem dando bastante ênfase nas últimas entrevistas antes do embarque. Mas os parentes das vítimas militares estão entre os maiores adversários do conflito atualmente. As informações são da agência Reuters.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2008 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.