| 26/06/2006 18h43min
Apesar de ter afirmado que sem determinação a Seleção Brasileira não vencerá Gana, o técnico Carlos Alberto Parreira condenou nesta segunda a violência no confronto entre Portugal e Holanda, disputado domingo em Nuremberg. Bem ao seu estilo, o brasileiro Luiz Felipe Scolari levou a limitada seleção portuguesa às quartas-de-final da Copa do Mundo, em jogo marcado pelos 20 cartões distribuídos aos dois times, incluindo quatro expulsões.
Embora não tenha mencionado diretamente o nome de Felipão, que em 2002 levou o Brasil ao pentacampeonato no Mundial do Japão e da Coréia do Sul, Parreira não poupou críticas ao comportamento das duas seleções. Na avaliação do técnico, não houve mais de 30 minutos de bola rolando durante toda a partida e o confronto não pode servir de exemplo para nenhum time, principalmente para a Seleção Brasileira.
– Isso não é jogo para uma Copa e espero que não ocorra de novo. Não gostamos de como o jogo foi jogado. O futebol quase não esteve presente. Viemos aqui para jogar e ver futebol e esse jogo não serve como referência para nossos jogadores. Temos de levar em conta que foi um jogo muito disputado, mas o árbitro não soube coibir os excessos e não houve futebol – afirmou Parreira, que nesta terça enfrenta Gana, o time mais violento da Copa. – Esperamos que a Fifa coíba a violência, o anti-jogo e permita que o futebol apareça – acrescentou.
O coordenador-técnico da Seleção, Mario Jorge Lobo Zagallo, afirmou que torceu por Scolari, mas também não evitou as críticas.
– Foi um jogo feio para o futebol mundial. Foi emocionante, mas tecnicamente não foi bom, com muitas faltas e violência – disse.
O duelo foi noticiado pela imprensa alemã como a "Batalha de Nuremberg". Já a Fifa reconheceu que o árbitro russo Valentin Ivanov não foi bem. Os números de cartões e expulsões bateram todos os recordes da história dos Mundiais. Para o presidente da entidade, Joseph Blatter, "o juiz mereceu um cartão amarelo por sua atuação e não esteve à altura da partida".
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