| 24/12/2009 16h01min
Há dez anos, o Inter vivia um dos momentos políticos mais intensos de sua história. Liderados pelo engenheiro Fernando Miranda, os movimentos oposicionistas Inter 2000 e InterAção se uniam para quebrar a hegemonia de duas décadas da corrente liderada pelos ex-presidentes José Asmuz e Pedro Paulo Záchia. Os dois anos posteriores foram sem conquistas dentro de campo, mas com uma vitória fora: após uma reforma administrativa profunda, entregaram para a gestão seguinte um clube sanado.
Na última semana, o clicEsportes procurou Miranda para uma entrevista – que será apresentada em três vídeos. Na primeira parte, o ex-dirigente elege a data em que a oposição venceu o pleito no Inter, em dezembro de 1999, como o momento mais marcante de sua trajetória no clube, e revela a frase de Fernando Carvalho que o motivou a concorrer no final do ano seguinte.
A informação era de que o ex-presidente Fernando Miranda não falava mais sobre o Inter. Já no primeiro contato, por e-mail, ele tratou de desmentir o boato:
– Isso não corresponde à realidade. Talvez eu não diga exatamente o que as pessoas gostariam de ouvir, e isto faz com que racionalizem desta forma. Terei prazer em conversar.
Miranda recebeu a reportagem no dia seguinte ao primeiro contato, em seu escritório. Logo de cara, quebrou o gelo com uma brincadeira:
– Tem uma condição para a entrevista: não me chamar de senhor! Quando eu estava na direção, alguns me chamavam de guri. Aquilo me deixava furioso. Hoje é esse papo de senhor isso, senhor aquilo. Pode parar!
Miranda não está muito diferente daquele “guri” de 38 anos que assumiu o Inter no final do ano 2000, depois de vencer Emídio Perondi na eleição convocada para a escolha do substituto de Jarbas Lima, que havia renunciado. A diferença mais marcante é física: os cabelos, hoje, já estão grisalhos. De resto, mantém a mesma franqueza que o caracterizou quando dos tempos de dirigente.
Durante cerca de uma hora, relembrou fatos marcantes da gestão 2000/2001, das disputas políticas com atuais dirigentes, e do posterior afastamento do clube. Recusou-se a falar apenas sobre um assunto: o desentendimento com Amoretty, morto no acidente do avião da TAM no aeroporto de Congonhas (SP) em julho de 2007.
– Ele não está aqui para se defender, então, não falo mais sobre isso.
Nos próximos dois vídeos, Miranda fala do time que montou, da importância do Inter 2000 para o clube, da relação com o ex-presidente gremista José Alberto Guerreiro, da proposta para a construção de uma arena colorada, e do afastamento e possível retorno ao clube:
– A oposição morreu? Eu não morri. Estou bem vivo.
Confira a primeira parte da entrevista:
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