| 24/07/2009 03h28min
Os insucessos do Grêmio longe de casa comprometem a campanha no Brasileirão e começam a provocar fissuras no vestiário. Aborrecido com as cobranças, o capitão Tcheco admitiu a má atuação contra o Avaí. Mas também pediu tratamento igual por parte da torcida.
– A responsabilidade de ser o capitão é sempre minha. Quando o time perde, o pepino é comigo. Quando ganha, quem fez o gol, quem tem fama de ser o bonitinho da torcida, é aplaudido – disse Tcheco.
– Mas quem é o bonitinho da torcida? – quiseram saber os repórteres.
– Ora, quem? É só ouvir os gritos da torcida – acrescentou Tcheco.
Questionado se a postura da torcida o incomodava, Tcheco respondeu:
– Se incomodasse, já tinha saído.
Mesmo que não tenha dado o nome do “bonitinho da torcida”, fica nítido que Tcheco se referia a Maxi López. Há cinco meses no clube, maior salário do grupo, o argentino virou ídolo com seus 10 gols. A semana é
sua no Olímpico: fez o gol no Gre-Nal e, nos últimos dias, sua mulher,
Wanda Nara, ganhou as manchetes aqui e em Buenos Aires pela suposta tentativa de sequestro na Capital.
Esta não é a primeira vez que Maxi é envolvido em polêmica no vestiário. Ele foi alvo de críticas pelo meia Souza, uma das influências do grupo capitaneado por Tcheco. O atrito com o meia aconteceu no fim de maio.
Na saída de campo depois de perder para o Vitória, em 31 de maio, o argentino teria reclamado do isolamento no ataque em entrevista a uma rádio baiana. Souza passava ao lado e ouviu a lamúria do centroavante. No desembarque na Capital, acusou-o de “faltar com a ética” ao reclamar para um repórter em vez de falar no vestiário.
O técnico Paulo Autuori interveio e reuniu os dois. No jogo seguinte, na goleada de 3 a 0 sobre o Náutico, Souza marcou dois gols, e Maxi, um. Comemoraram juntos e deram declarações de que as diferenças haviam sido superadas. Vaidades à parte, o argentino foi defendido por todos os jogadores na acusação de racismo
por Elicarlos.
Autuori
procura harmonizar o vestiário com conversas francas e deixa a porta aberta para os insatisfeitos saírem do clube. Foi assim com Ruy, hoje no Fluminense, e Alex Mineiro, apresentado pelo Atlético-PR na última terça-feira.
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