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 | 04/06/2009 06h39min

Enfim, uma decisão com grife

Diogo Olivier, colunista online | De Curitiba  |  diogo.olivier@zerohora.com.br












Foto:Orlando Kissner, VipComm

O Inter não jogou bem contra o Coritiba, assim como o Corinthians sofreu diante do Vasco da Série B em casa. Os dois melhores times das semifinais da Copa do Brasil, e não há quem discorde disso por tudo o que viu na temporada, decepcionaram. Estão na final, mas o país esperava-se mais das equipes de Ronaldo e de Taison. Será isso mesmo? Tenho minhas dúvidas.

Não há discussão sobre os episódios do Couto Pereira. O Coritiba armou barracas no campo adversário e de lá só saiu quando o árbitro apitou o fim da partida. O Inter recuou. Taison ficou sozinho e perseguido por até quatro jogadores. Guiñazu e Magrão foram muito volantes e pouco apoiadores. A pressão exercida pelo Coritiba foi de tal forma intensa e contínua que a derrota possível por 1 a 0 terminou festejada com alegria e direito a choro emocionado de D'Alessandro.

Nem Corinthians e nem Inter repetirão as atuações de ontem. Por um motivo: na final, terão que ser equipes responsáveis. Coritiba e Vasco adotaram a única saída que lhes convinha: a irresponsabilidade. Lançaram-se à frente feito os pilotos kamikazes japoneses da Segunda Guerra Mundial. Não tinham nada a perder. Enfrentavam os favoritos. Se conseguissem, heroismo. Se não conseguissem, ah, tudo bem. Portanto, relativizo as más atuações de Inter e Corinthians nas semifinais. Elas não podem macular todo o resto construído ao longo da temporada, tanto no caso de Tite quanto no de Mano Menezes.

Claro que isso não impede o Inter de analisar o tamanho do prejuízo que Nilmar faz ao time sem um segundo escape no ataque, além de Taison. Ou de examinar como resolver Marcelo Cordeiro, perdido no Couto Pereira, deixando o ala Márcio Gabriel parecer Cafu aos 25 anos.

Tudo isso precisa ser avaliado com frieza, mas jogos em que o adversário arrisca sem medir consequências são sempre complicados. Fale com um jogador experiente e ele lhe dirá isso. Por vezes, é melhor um do seu tamanho, que também tem algo perder, do que duelar com um franco-atirador.

Duvido que o Coritiba vá jogar como ontem em todas as rodadas do Brasileirão. Vale o mesmo para o Vasco, ainda que na ruindade da Série B. Abafas só funcionam no mata-mata, para um ou dois jogos. Vai ser uma decisão com grife na Copa do Brasil, que nas últimas edições teve que aturar Santos Andrés, Paulistas e Figueirenses. Inter e Corinthians estão na final pelo conjunto da obra.

Leia os textos anteriores da coluna No Ataque.

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