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 | 28/05/2009 05h10min

Só tragédias gregas eliminam Grêmio e Inter

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



 Divulgação                           Diego Vara








Largas, espaçosas, generosas. Vá escolhendo os adjetivos para definir as vantagens obtidas por Grêmio e Inter ontem, diante de Caracas e Coritiba. Pode-se dizer: só duas tragédias gregas tiram o time do técnico Paulo Autuori da semifinal da Libertadores e o de Tite da decisão da Copa do Brasil.

Primeiro, Porto Alegre.

O resultado de 3 a 1 é confortável. Acostumado a marcar gols fora de casa, o Inter pode até perder por um gol de diferença no Couto Pereira. Mas não foi uma boa atuação, especialmente no primeiro tempo. Até o intervalo, o losango de meio-campo não funcionou, Andrezinho e Magrão erraram passes, D'Alessandro sofreu com a marcação implacável de Rodrigo Mancha e Márcio Gabriel, este quando o argentino abria pela esquerda. Renê Simões parecia ter copiado a estratégia do Flamengo que tanto incomodou o Inter nas quartas-de-final. O Coritiba marcou duro, até com violência, o trio D'Alessandro, Nilmar e Taison. Adiantou o time. Sem Guinãzu, suspenso, e Nilmar, que saiu lesionado no quadril aos 37 minutos do primeiro tempo, era difícil vislumbrar saída para o 1 a 1.
 
Então, Tite tomou sua mais importante decisão de campo nesta temporada.

Mandou Taison arriscar tudo pelos flancos, indo para cima de quem surgisse pela frente. Posicionou Alecsandro como centroavante de ofício. Deu certo. E como. Além do gol de sua autoria, antes do intervalo, ele deu passe para os outros dois, de Alecsandro e Andrezinho. Poucas vezes se viu 45 minutos tão irretocáveis de um único jogador no Beira-Rio. A todo instante, Taison arrancava com a bola dominada em linha reta, driblando um, dois, três. A virada do Inter passa pela personalidade de Taison, goleador da Copa do Brasil com sete gols em nove jogos. Ele bateu no peito e, a partir da saída de Nilmar, assumiu a responsabilidade. Taison deu um passe sólido rumo a maturidade com o que fez ontem.

Agora, Caracas.

O Grêmio jogou mal. Tcheco e Souza não municiaram o ataque, Ruy não foi nem lateral nem ala e o trio de zagueiros vazou pelo alto (o gol do Caracas foi de bola aérea, uma cobrança de falta do lado, logo a dois minutos, cabeceio de Cichero). A dupla de atacantes revelou-se incapaz de conectar-se com o resto do time. Mas, para além do resultado, um elemento me pareceu positivo na Venezuela. O Grêmio melhorou no segundo tempo. O que indica sucesso na intervenção do técnico, nem que seja apenas para dar serenidade ao time. O gol de empate de Fábio Santos é prova disso. Com Autuori, apareceu o lado ofensivo deste jogador.

Para se ter ideia da vantagem azul, o Grêmio começa a partida do Olímpico, dia 17 de junho, classificado. Não terá Victor, já na Seleção Brasileira, mas se não levar gol estará entre os quatro semifinalistas. Empate em 0 a 0 basta. Mas você imagina o Grêmio sendo eliminado no Olímpico por um time da Venezuela, país amante do beisebol e do ciclismo? Não, claro que não. O Caracas não é galinha morta, como diria Felipão, mas não há de tirar o Grêmio da Libertadores. Além do mais, Autuori terá tempo.

O jogo da volta é somente no dia 17 de junho. Até lá, nos treinos e no Brasileirão, Autuori terá tempo de promover os ajustes necessários no Grêmio.

Atuações medianas, resultados estupendos. Eis o resumo da superquarta da Dupla Gre-Nal.


Leia os textos anteriores da coluna No Ataque.

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