| 25/03/2009 20h10min
Quando Ronaldinho surgiu no Grêmio, colorados dos quatro cantos desdenharam o craque rival. A atitude buscava amparo em uma dupla que, ainda nas categorias de base, fazia brilhar os olhos de uma torcida que passara a última década vendo o principal adversário acumular títulos. Era nos gêmeos Diego e Diogo que morava a esperança de um novo Inter.
– Não era nem Ronaldinho. A expectativa era de que seriam os novos Ronaldos (Nazário), que era a referência da época. E sempre se imaginava o quanto seria legal uma dupla de irmãos craques jogando pelo Inter – comenta o jornalista Gustavo Alves, 27 anos.
Mesmo com todo o sucesso nas categorias de base e com passagens por seleções sub-20, Diego e Diogo não conseguiram se firmar no time principal do Inter. Receberam poucas oportunidades juntos e, aos poucos, viram a parceria ser desfeita.
Trio mágico de 2003
O que mais teve oportunidade
no Inter foi Diego. Ele fez parte do “trio mágico” colorado em
2003, e tinha como companheiros Nilmar e Daniel Carvalho. Em 2004, atuou com Rafael Sóbis e Chiquinho. Depois, começou a perder espaço no time. Teve passagens por Santos, Figueirense e Sport. O Inter, aquele mesmo que teriam a incumbência de que salvar, ficou para trás.
– O nosso momento no Inter passou. Mas continuamos acompanhando e torcendo pelo clube, nossa família é colorada – disse Diego.
Parceria retomada no Guangzhou
Para reativar a dupla, os irmãos tiveram de trocar de continente. Hoje, jogam no Guangzhou Pharmaceutical F.C., da China. Na Ásia, reencontraram o sucesso e se tornaram ídolos locais. Já nem pensam em voltar ao Brasil.
– A torcida gosta muito de mim. Com a chegada do Diego, o Guangzhou fez uma campanha forte de marketing. É a primeira vez que gêmeos atuam juntos no futebol chinês – conta Diogo.
Os filhos do ex-lateral-direito João Carlos
estão felizes e adaptados ao novo clube. O primeiro a chegar foi Diego,
em 2008. Neste ano, foi a vez de Diogo assinar por um ano.
O esquema utilizado no Guangzhou é o 3-4-3. Parece ofensivo, mas, segundo os gêmeos, a obrigação de marcar é de todos.
Diego é o camisa 10, e Diogo, o oito. Os dois, que completam 24 anos em abril, são os responsáveis por fazer a articulação do meio-campo com o ataque. Como o treinador é chinês, as orientações para os brasileiros são feitas por um tradutor.
– É meio um portunhol, mas dá para entender. Com a convivência com outros atletas, aprendi melhor o espanhol – afirma Diogo.
Outros conhecidos dos gaúchos
No futebol chinês, a dupla também encontrou vários outros brasileiros. Alguns bem conhecidos dos gaúchos, como os atacantes Rodrigo Paulista, Jefferson Feijão e Gustavo Papa, e o zagueiro Scheidt.
O sistema de treinamento no novo país é diferente. Algumas semanas, chegam a
fazer cinco amistosos, em que atuam durante meio tempo, pelo menos.
Em
relação a comida, os dois não fazem questão de inovar.
– Levamos muita coisa do Brasil, muita comida, como feijão. Tem para o ano inteiro. Tivemos que pagar pelo excesso de bagagem. Mas também há supermercado para estrangeiros – conta Diego.
De Porto Alegre, resta a saudade dos amigos e da família. Do Inter, nem tanto.
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