| 26/10/2005 20h10min
Um cliente da Avipal proveniente de um país sem registro da doença, mas com potencial de contaminação pelo vírus da gripe das aves foi barrado na portaria. Nem no local de abate sua entrada foi permitida, para evitar risco de contágio da doença que mais assusta os avicultores nos últimos anos.
Desde que a influenza aviária, nome técnico da doença, ganhou proporções alarmantes, em 2003, os segmentos envolvidos na produção avícola começaram a se preparar. O alerta no país e os cuidados antecipados se explicam porque as conseqüências da gripe das aves são consideradas mais graves do que as da febre aftosa.
– Se houver contágio, o efeito econômico será devastador, porque será preciso dizimar aves regionalmente – avalia o superintendente da Avipal, José Carlos Aguilera.
A percepção de quem tem negócios montados sobre a avicultura é confirmada pela doutora em virologia e pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves Liana Brentano:
– A influenza aviária pode causar até 100% de mortes nos animais.
Dificuldade na prevenção e evolução rápida dos vírus estão entre os fatores que assustam produtores e responsáveis pela sanidade animal. Liana ressalva que é possível controlar surtos graves com eficiência, como fez o Chile em 2002, mas considera "difícil" a prevenção.
– Também é preciso um controle rígido de material genético e mesmo de aves exóticas. Mas há medidas simples, como não misturar criação comercial com aves caipiras, que podem ajudar – observa.
A constatação de que os focos se propagam com mais facilidade onde não há cuidados com higiene fez os produtores adotarem medidas mais restritivas há dois anos, reforça Aristides Vogt, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). Proibição de visitas em granjas e controle de todo material que possa ter contato com as aves já são rotina.
– Os compradores devem ficar dois ou três dias nos hotéis antes de serem atendidos nos locais de abate. Se não dispõem de tempo, são atendidos no hotel mesmo – detalha.
Ézio José Santiago, técnico de carnes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), destaca que a sanidade das aves brasileiras é reconhecida no Exterior:
– Com o surgimento de problemas sanitários, com a influenza aviária e a doença de Newcastle, o Brasil despontou como boa alternativa para o abastecimento de frango, e hoje supera até os Estados Unidos como exportador.
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