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 | 15/03/2005 22h22min

Mesa quer adiantar eleições na Bolívia para 28 de agosto

Presidente espera deixar o cargo até final de setembro

O presidente da Bolívia, Carlos Mesa, pedirá ao Congresso o adiantamento das eleições presidenciais. O objetivo de Mesa é deixar o cargo em 28 de setembro.

Em um comunicado transmitido pela televisão para todo o país, o presidente colombiano afirmou que enviará nesta quarta, 16, um projeto de lei ao Congresso para que as eleições presidenciais, vice presidenciais e para o Legislativo ocorram em 28 de agosto.

Mesa lembrou que seus esforços para combater o líder oposicionista Evo Morales e suspender um bloqueio nas rodovias não obteve resultados. Nesta terça, manifestantes ampliaram o fechamento de estradas – o que paralisa as exportações da Bolívia –, em reação a um tapa dado por um empresário na cara de Evo Morales.

– Evo está destruindo a Bolívia, disse o autor da agressão, o magnata das bananas Miguel Zambrana, justificando o tapa, ocorrido na noite de segunda no aeroporto de Cochabamba.

Os bloqueios rodoviários custam milhões de dólares por dia às exportações bolivianas, que não conseguem chegar aos portos do Oceano Pacífico. Cerca de 1,5 mil caminhões com cargas perecíveis estão parados na região do Chapare (centro do país), onde os bloqueios são mais intensos, segundo a imprensa.

As manifestações começaram em reação ao plano de Mesa para abrir o setor energético a mais investimentos estrangeiros. Diante dos protestos, Mesa chegou a anunciar sua renúncia, mas conseguiu poderes políticos para ficar no cargo. Os manifestantes, em geral indígenas pobres, também gritam palavras de ordem contra os Estados Unidos e contra as ações do governo para combater o cultivo da coca, planta de usos tradicionais, mas que é matéria-prima da cocaína.

Morales, que é também líder dos "cocaleiros", prometeu manter os protestos até que Mesa autorize um drástico aumento nos impostos cobrados de empresas estrangeiras, como a brasileira Petrobras e a espanhola Repsol. 

Também nesta terça, a principal central sindical boliviana iniciou uma greve geral de 48 horas, cuja adesão parece limitada. Os professores, por exemplo, continuaram nas salas de aula.

Mesa disse, na mensagem transmitida pela televisão, que deputados e políticos, numa menção a Morales, buscavam o suicídio coletivo do país. O presidente ainda classificou como paradoxal suas situação, ao afirmar que uma pesquisa realizada pela empresa Apoyo lhe dá uma popularidade de 68% nas quatro principais cidades bolivianas.

Com informações das agências AP e Reuters.

 

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