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 | 10/03/2005 20h59min

Milhares vão às ruas de La Paz em apoio ao presidente Mesa

Mesmo assim, bloqueios e protestos seguem em algumas cidades

Milhares de pessoas carregando bandeiras bolivianas tomaram as ruas nesta quinta, dia 10, para se manifestar a favor do presidente do país, Carlos Mesa, que quase deixou o cargo nesta semana, pressionado por bloqueios de estradas realizados pela oposição a seu governo.

Ainda assim, muitas cidades continuam a viver os bloqueios feitos por manifestantes irritados com os planos de Mesa de abrir o setor energético boliviano a mais investimentos estrangeiros, alegando que as riquezas naturais do país serão roubadas.

Sorridente, Mesa apareceu na varanda do palácio presidencial para cantar músicas patrióticas com os manifestantes, enquanto balançava um lenço branco na mão direita simbolizando paz. Mesa convocou as manifestações alegando que a maioria do país o apoiou em um conflito que tem acirrado antigas tensões étnicas entre indígenas e brancos, descendente de europeus.

– Não aos bloqueios – gritou Mesa aos seus simpatizantes.

Mesa tem sofrido com inúmeros protestos realizados pelos cada vez mais bem organizados grupos indígenas. Seu antecessor, o ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada caiu em 2003 depois que forças de segurança mataram dezenas de índios em confrontos. Mesa apresentou sua renúncia na última segunda, mas rapidamente retirou seu pedido após o Congresso rejeitá-lo, temendo que a sua saída levasse a um caos ainda maior. Alguns indígenas participaram do protesto pró-Mesa, mas a maioria das pessoas que tomaram a praça em frente ao palácio presidencial era de homens de terno e mulheres bem vestidas, de classe média que usavam maquiagem no rosto.

A mídia boliviana, no entanto, informou que as manifestações favoráveis ao presidente eram de porte bem menor fora da capital La Paz. Na noite de quarta, o principal líder da oposição indígena, Evo Morales, disse à Reuters que os protestos que tomam a Bolívia são "um confronto entre ricos e pobres, mas...também um confronto racial".

As informações são da agência Reuters.

 

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