| 16/10/2006 09h56min
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Sanguessugas vai se reunir amanhã para tentar votar os mais de 200 requerimentos da pauta. Entre eles há pedidos de convocação de ex-ministros da Saúde do atual governo e do governo anterior e do ex-presidente do PT e deputado Ricardo Berzoini (SP), entre outros envolvidos com a compra do dossiê para prejudicar candidatos do PSDB.
Deputados da oposição tentaram viabilizar uma reunião extraordinária na semana passada para votar os requerimentos, o presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), não concordou com o encontro por temer o acirramento da disputa eleitoral entre os integrantes da comissão. Na opinião do vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), o resultado da reunião pode ser afetado pela disputa política que tomou conta do colegiado, em razão do segundo turno das eleições. – Não mete medo o número de requerimentos. O que nos preocupa é a polarização, que é esperada, compreensível – comentou.Jungmann só considera possível a votação dos requerimentos se "esse clima se acalmar antes das eleições". A reunião começará às 15h, no Senado. A CPI deve receber nesta semana todas as informações dos dois inquéritos conduzidos pela Polícia Federal de Mato Grosso. Um deles envolve a suposta tentativa de compra por petistas do dossiê contra candidatos do PSDB; e o outro, a participação do governo anterior no esquema de superfaturamento de ambulâncias. O próprio presidente da comissão pode ir a Cuiabá buscar a documentação. As informações levantadas pela Polícia Federal incluem ainda anexos que foram apreendidos na casa do empresário Luiz Antonio Vedoin, que tentou vender o dossiê; a identificação da origem de 110 mil dólares (R$ 235 mil na contação de hoje) que seriam utilizados na compra do dossiê; e as quebras de sigilo telefônico dos envolvidos na compra do dossiê.
A polícia já teve acesso, por determinação judicial, aos cadastros de 750 números telefônicos que receberam ligações de Expedito Veloso, Gedimar Passos, Hamilton Lacerda, Jorge Lorenzetti, Osvaldo Bargas e Valdebran Padilha, os petistas acusados de negociar a compra do dossiê contra tucanos. Entre esses números, estariam telefones de órgãos públicos.
A Justiça Federal já determinou que os órgãos identificados indiquem os responsáveis e usuários das linhas.
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